A empresa Douro Azul deverá encomendar aos Estaleiros da Navalria, em Aveiro, a construção de mais dois navios-hotel, projeto global superior a 37,3 milhões de euros, alvo de incentivos financeiros do Estado.
Este apoio será assegurado pela Agência Portuguesa para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) e, segundo o despacho publicado esta segunda-feira em Diário da República, prevê a construção de três novos navios-hotel e dois barcos rabelos «para cruzeiros turísticos e circuitos ao longo do rio Douro e nas margens das cidades do Porto e Vila Nova de Gaia».
Atualmente, a Douro Azul já tem em construção nos estaleiros da Navalria dois navios-hotel, um investimento global de 22 milhões de euros, sendo que um destes integra o contrato de apoio agora aprovado.
«Neste momento, o mais lógico é que sejam os estaleiros da Navalria a fazer os próximos [dois] por uma razão de economia de escala. Também pelo excelente trabalho que estão a fazer», explicou à agência Lusa o administrador da Douro Azul.
O primeiro destes dois novos navios-hotel deverá ser encomendado já em setembro, e a entrega dos dois em construção em Aveiro em março de 2013, acrescentou Mário Ferreira.
Recorde-se que até fevereiro de 2012 a Douro Azul negociou a construção do primeiro par destes navios nos Estaleiros Navais de Viana do Castelo, mas que acabou por não se concretizar.
Com este investimento, que será apoiado no âmbito do Sistema de Incentivos à Inovação, o grupo Douro Azul prevê a criação de 165 postos de trabalho diretos, para além da manutenção dos atuais 147, além do alcance, «no termo da vigência do contrato, de um valor acumulado de prestação de serviços de cerca de 394,3 milhões de euros».
«Este projeto visa a consolidação de um segmento de mercado considerado de alto valor acrescentado, através de uma oferta de serviços totalmente inovadora», lê-se ainda no despacho hoje publicado.
No documento, sublinha-se tratar-se de um investimento contribuirá para a «projeção nacional e internacional da região do Douro e para o aumento das receitas e das exportações no setor do turismo».
Além disso, prevê «um impacto significativo» na criação de valor «a montante e a jusante da empresa», nomeadamente «no que respeita às atividades turísticas complementares da oferta de cruzeiros fluviais e ao setor da construção naval».
Contempla ainda a construção de dois barcos rabelos, cujo projeto de execução foi encomendado pela Douro Azul ao Arsenal do Alfeite.
«Poderão ser construídos noutro estaleiro português, se forem competitivos».
Segundo a Douro Azul, uma das condições deste contrato de apoio agora aprovado é um apoio de 45% do total do investimento, «reembolsável a uma taxa de 0 por cento por um prazo de 10 anos».
«Todos os navios são para operar em Portugal, para aumentar e responder à muita procura internacional, alemã, inglesa, norte-americana, holandesa, suíça, austríaca e muitos australianos», acrescentou Mário Ferreira.
O administrador da Douro Azul compara ainda o potencial do rio Douro com o do rio Nilo (Egito), para justificar este investimento.
«Operam 290 cruzeiros deste género em 300 quilómetros navegáveis do rio Nilo, aqui no Douro temos 215 quilómetros navegáveis e só oito navios-hotel em operação. Com mais quatro passarão a ser 12».