O presidente da Estradas de Portugal diz que serão precisos mais dois anos e 150 milhões de euros para concluir a Autoestrada do Marão.
Depois de dois anos de obra parada, em Junho o Estado rescindiu o contrato de concessão do Túnel do Marão invocando justa causa fundada no incumprimento por parte da concessionária Autoestrada do Marão.
Entretanto a concessão da autoestrada, que está a ser construída entre Amarante e Vila Real e inclui um túnel rodoviário com 5,6 quilómetros, passou para as mãos da EP. Hoje, no decorrer de uma visita à Autoestrada Transmontana, que liga Vila Real a Bragança, António Ramalho referiu que serão precisos cerca de mais dois anos para a conclusão da obra.
Ou seja, para os trabalhos avançarem, será necessário abrir um novo concurso público internacional, o que demorará pelo menos um ano. \"Não era provável nem previsível nem possível que qualquer obra, qualquer iniciativa, tivesse lugar antes de um ano após esse período\", salientou.
Depois, segundo o presidente da EP, serão ainda precisos mais \"oito a nove meses para concluir a obra\". António Ramalho estima ainda que será possível concluir a Autoestrada do Marão sem \"significativos sobrecustos\". \"Para mim são não significativos sobrecustos se estivermos a falar entre mais ou menos 10%\", frisou. Uma estimativa que está, no entanto, dependente de não haver \"surpresas\" na construção civil, documentais ou do lado do financiamento.
Segundo o responsável, para concluir a autoestrada serão precisos cerca de 150 milhões de euros. Esta autoestrada tinha um custo inicial estimado de 375 milhões de euros, em pico de obra chegou a dar emprego a 1.400 trabalhadores e a envolver cerca de 90 pequenas empresas.
Em relação ao financiamento, a EP está continuar os contactos com os anteriores financiadores e a ultimar os estudos para candidatura a fundos europeus. António Ramalho referiu ainda que está a ser feito um levantamento do inventário documental relacionado com a concessão e, em relação à situação da obra, está-se a verificar \"in loco\" as conclusões do estudo realizado há dois meses pelo Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC).
\"Também estamos, neste momento, a fazer um levantamento tridimensional por laser que nos permita uma avaliação de quantidades mais eficaz do que aquela que se faz por medições simples\", salientou. A Autoestrada do Marão já está executada em cerca de 70% do projecto.
Os sublanços, cuja construção está interrompida, deveriam ter entrado em serviço em Novembro de 2012. O consórcio construtor era o Infratúnel, constituído pelas empresas Somague e MSF.