O Colégio Nossa Senhora da Boavista foi fundado em 1927. Iniciou-se com cerca de 80 alunos, mas actualmente tem cerca de 800, um número que o director, António José Gaspar, considera \"ideal\", apesar de o edifício ter capacidade para albergar 1500 estudantes.
Quando assumiu o cargo de director do colégio, em 1979, António Gaspar começou por apostar em instalações \"novas e funcionais\". No entanto, a sua ideia de colocar em prática um projecto de um milhão e meio de contos afastou todos os outros sócios, por a considerarem \"megalómana\". Mesmo assim, António Gaspar não abdicou daquilo que, para além de considerar uma \"necessidade\", era também um \"sonho\". Foi assim que, em 1992, as actuais instalações do Colégio Nossa Senhora da Boavista foram inauguradas.
\"Todo o edifício foi muito bem pensado\", afirma orgulhosamente o director do colégio. Cada sala de aula, cada sala de estudo, cada espaço de diversão, o refeitório, o bar, foi tudo arquitectado de forma \"funcional\" e com objectivos \"bem definidos\". Além de arrumação, o director \"exige\" uma limpeza \"rigorosa\". E António Gaspar não quer na sua escola espaços \"mortos\", mas sim que os alunos \"circulem, se divirtam e pratiquem desporto durante os intervalos\". Contudo, apesar de \"satisfeito\" com as instalações, o director gostaria de realizar mais um \"sonho\": uma piscina aquecida coberta. Mas sabe que não é possível concretizar este projecto a curto prazo, por motivos financeiros.
O principal objectivo deste colégio é \"criar cidadãos responsáveis e úteis à sociedade\". Por isso, António Gaspar escolhe \"a dedo\" os 60 professores que aí leccionam, de modo a \"garantir um ensino de qualidade\". E os horários escolares também são feitos \"tendo em atenção os alunos e não os professores\". \"Rentabilizar ao máximo as capacidades dos alunos é a palavra de ordem neste colégio\", garante o director.
\"Imperativos\" neste estabelecimento de ensino são o rigor e a disciplina. No entanto, o director garante que não se trata de uma \"ditadura\", mas sim de \"regras que têm de ser cumpridas\". Além disso, \"não são dadas facilidades\". \"Aqui os alunos têm que provar o que valem, e só passam de ano quando realmente merecem\", explica António Gaspar. Este colégio tem mesmo uma taxa de reprovações mais elevada em relação às outras escolas da cidade. Mas o director está \"orgulhoso\" da média desta escola, que ronda os 16 valores, levando os alunos a entrarem \"facilmente\" no ensino universitário.
Neste colégio os custos com a educação estão a cargo do colégio. No entanto, o Ministério da Educação suporta parte da educação de alguns alunos, mas outros estão a estudar ali gratuitamente, devido a dificuldades financeiras das suas família. \"Queremos ser úteis a quem de facto pretende fazer um esforço para aprender\", conclui António Gaspar.