Ana Pereira, talvez por solidariedade feminina, pensa que a eleição legislativa de hoje - uma das mais renhidas de sempre na Austrália - vai ser ganha por Julia Gillard. A primeira mulher que ascendeu à chefia do Governo neste país, tradicionalmente machista.

\"Mas o candidato liberal, que é muito semelhante ao PSD daí, também está muito forte\", admite ao DN, falando por telefone, a partir de Melburne, esta emigrante transmontana, actualmente com 68 anos.

Membro do Conselho das Comunidades, Ana Pereira revela que os portugueses radicados na Austrália \"dividem-se muito entre os dois partidos, tal como aconteceu também quando votaram para escolher o Presidente da República de Portugal\".

Há neste momento cerca de 50 mil portugueses registados no país-continente, que durante décadas foi um dos principais destinos de emigração nacional.

Adérito Alvo, um algarvio natural de Portimão, com 62 anos, não tem dúvidas: a imigração é um grande problema para o país. E admite que hoje é muito mais difí- cil permanecer na Austrália, em comparação com o que sucedia no passado.

\"A entrada agora está muito dura, eles só querem pessoas qualificadas, que falem inglês e tenham uma certa pontuação\", diz este emigrante, falando a partir de Sydney, a maior cidade da Austrália.

Por sua vez, Victor Varela, residente em Perth, trabalha numa empresa de contentores que manda víveres para os campos de ilegais na ilha de Natal.

\"Antes enviávamos dois a três contentores por mês e agora já são cerca de 18.\"



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