A trabalhar no ramo automóvel há 12 anos, Aristides Mendes, proprietário de um stand de usados em Bragança, garante que o negócio «não vive os melhores tempos», mas mesmo assim vai vendendo. «Com margens de lucro mais baixas», explicou.
O seu estabelecimento está instalado na zona da cidade onde existe mais comércio de carros, em dois quilómetros são cerca de 30 stand: concessionários de marcas e negócio de ocasião.
A concorrência é grande. Aristides Mendes tenta simplificar a vida aos clientes, como indica o próprio nome da loja: \"SimpliFicar\". Uma das estratégias passa por ter preços mais competitivos e por conseguir aprovação de créditos rapidamente. \"A crise é grande, o cliente procura sobretudo qualidade e bom preço, aliás o bom preço é o mais importante, assim como a aprovação de créditos\", explicou. A provação de créditos junto da banca é actualmente o maior busílis do negócio.
\"O mercado está difícil, os bancos não financiam ou para financiar exigem muito do cliente, exigem muitas garantias, há uns anos atrás não era necessário tanta papelada e tanta burocracia para aprovar um crédito\", justificou. Segundo os cálculos que faz, 90% dos carros que comercializa são vendidos a crédito, o pronto pagamento quase já não existe. \"Andamos metade do tempo a vender os carros e outra metade a tentar aprovar os créditos\", afirmou. Não tem clientes que não pagam porque, simplesmente, não vende fiado. \"Não se pode facilitar\", declarou. Não faz importação de automóveis do estrangeiro \"porque já não compensa, fica muito mais caro\".
Apesar da recessão, em Bragança os estabelecimentos de venda de automóveis nascem quase como cogumelos. \"Há quem se lance no negócio sem nunca ter trabalhado no ramo, pensam que é fácil e que é tudo lucro, depois corre mal\".
