Tanto a Cooperativa Agrícola como os vendedores ambulantes se queixam de diminuição nas vendas por causa da crise.
A falta de dinheiro está a diminuir a procura de cereja em Trás-os-Montes, os responsáveis pela Cooperativa Agrícola de Alfândega da Fé e os produtores individuais lamentam que as pessoas comprem menos. \"A cereja até tem saída, mas os clientes compram menos quantidade, compram um ou dois quilos e pouco mais\", contou Maria Vilares, vendedora na berma da EN 102.
Na beira da estrada, está a ser vendida a três euros por quilo, mas a cooperativa vende a dois euros, quantia que leva muitos a fazerem contas à vida antes de comprar. Esta é também uma forma de os pequenos agricultores equilibrarem os orçamentos familiares e de escoarem a produção. \"Vendemos uns 25 quilos por dia\", explicou Maria Alice, outra vendedora. Também a cooperativa se queixa de quebras nas vendas, um dos responsáveis pela direcção, João Vítor, referiu que o preço praticado pela instituição se mantém à meia dúzia de anos, mas, mesmo assim, \"a crise está a diminuir o poder de compra\", afirmou.
Nos 50 hectares da Cooperativa de Alfândega da Fé começou esta semana a apanha de cereja, uma campanha que não se prevê auspiciosa devido à chuva, que \"racha a cereja deteriorando-a, impedindo-a de ser encaminhada para a venda\", lamentou o responsável. A chuva veio agudizar os estragados das geadas de Março.
Os produtores de cereja de Alfândega da Fé já estão a prever um mau ano de cereja, estimando uma quebra de cerca de 20 mil quilos na produção, que no ano passado rondou os 120 mil quilos.
No concelho de Alfândega da Fé há 200 hectares de cerejeiras, a maior parte da produção destina-se à venda em fresco, o que exige um produto em perfeitas condições.