A Filandorra - Teatro do Nordeste, suspendeu duas novas produções «Um forte cheiro a maçã» e «A Menina do mar». Em causa, estão «dificuldades económicas devido ao impasse na atribuição dos subsídios do Ministério da Cultura», revelou ontem o director da companhia, David Carvalho.

Recorde-se que a atribuição de subsídios do Instituto das Artes (IA) relativos ao biénio 2005/2006 para o teatro na região Norte está bloqueada na sequência de uma providência cautelar interposta junto do Tribunal Administrativo em Abril último, por uma das companhias não contempladas com verbas, a Panmixia, com sede no Porto.

A Delegação Regional da Cultura do Norte distribuiu por 21 companhias e festivais, mais de 2,1 milhões de euros. A Filandorra viu atribuídos 100 mil euros por ano, para os próximos quatro anos, mas até agora não recebeu o dinheiro, tal como as outras companhias apoiadas.

Ainda, segundo o director da Filandorra, David Carvalho, \"a companhia atingiu o limite da capacidade de endividamento, e isso provocou já a dispensa de três colaboradores permanentes\". Isto, \"depois de cinco meses de silêncio sepulcral que se verifica à volta da providência cautelar\", afirma.

A Filandorra garante que vai \"cumprir a agenda dos restantes espectáculos até Dezembro por causa dos protocolos de cooperação que mantém com 38 municípios da Região Norte, o que tem permitido aguentar a companhia com a maior rede municipal de divulgação teatral do país\".

A companhia mantém-se em actividade há quase 20 anos, tendo apresentado cerca de quatro mil espectáculos para mais de meio milhão de espectadores, prova de uma grande vitalidade.



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