Os agricultores de Macedo de Cavaleiros acabam de criar a primeira cooperativa agrícola da castanha de Trás-os-Montes num dos concelhos que menos peso tem na mancha de soutos, que concentra nesta região 80 por cento da produção nacional.

Este concelho da Terra Quente Transmontana não tem na castanha a sua imagem de marca, pois o produto é típico dos concelhos mais a norte da chamada Terra Fria, que concentram o grosso das cerca de 60 mil toneladas de castanha do país. Este produto é, contudo, parte integrante das tradições de Macedo de Cavaleiros e o brasão do município é prova disso, ostentando o desenho de um ramo de castanheiro com os ouriços onde se desenvolve a castanha.

Segundo explicou à Lusa Paulo Silva, que está a apoiar tecnicamente o novo projecto, o concelho faz a transição entre a Terra Fria e a Terra Quente e é nesta zona, sobretudo nas encostas da Serra da Nogueira, onde várias aldeias de Macedo mantêm a castanha na agricultura tradicional. A Rede Social da Câmara Municipal lançou há cerca de dois anos um projecto para levar conhecimentos úteis aos produtores de castanha e ajudá-los a reunir apoios para a produção.

De acordo com o técnico, este projecto foi o embrião da cooperativa, criada há dois meses que vai ser responsável, já nesta campanha, pela comercialização da castanha de 31 produtores, o número de associados fundadores. O objectivo é aumentar o número de produtores que já tiveram uma experiência de associativismo na anterior colheita ao venderem em conjunto 82 toneladas de castanha.

A iniciativa partiu de 25 agricultores que, segundo Paulo Silva, conseguiram inclusive fazer subir o preço pago ao agricultor nas aldeias da zona. O sucesso da experiência levou à constituição da cooperativa que espera vender este ano uma quantidade idêntica de castanha.



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