A Cooperativa Agrícola de Freixo de Espada à Cinta, a Coopafreixo, poderá em breve iniciar o processo de fabricação e engarrafamento de azeite. Isto porque a Cooperativa tem um projecto para a construção de um lagar moderno, um equipamento de que o concelho não dispõe. Por isso, os agricultores têm que deslocar-se a Torre de Moncorvo ou a Figueira de Castelo Rodrigo para transformar a sua azeitona.
Segundo o presidente da Cooperativa, António Rocha, o objectivo é que o novo lagar comece a funcionar já na próxima campanha, ou seja, por volta de Novembro deste ano.
Este novo projecto surge dois anos depois da Coopafreixo ter arrancado com uma linha industrial de conserva de azeitona, sendo que a variedade característica daquela região, a "negrinha de freixo", certificada com o selo de Denominação de Origem Reconhecida (uma denominação que extravasa os limites do concelho de Freixo e inclui freguesias dos concelhos limítrofes), se presta bastante a esse tipo de tratamento.
Mas embora se trate de uma variedade de azeitona diferente, por, inclusivamente, dela se extrair menor percentagem de azeite, há sempre uma percentagem da produção oleícola cujo destino é a liquidificação. Uma percentagem que varia de ano para ano segundo as variações climáticas, que determinam até quando, em cada campanha, se consegue apanhar azeitona suficientemente rija para a conserva. No novo lagar, o presidente da Coopafreixo espera que a produção de azeite venha a absorver 500 toneladas de azeitona, cerca de um quarto da capacidade de armazenamento da cooperativa, que este ano recebeu 1700 quilos.
Contudo, a quantidade não deverá ser o ponto forte do azeite a obter neste novo lagar. A aposta passa antes, como confirma António Rocha, pela qualidade. Qualidade que o presidente da Coopafreixo defende, admitindo-se ele próprio como "suspeito", mas deixando mesmo assim ficar as principais características do azeite da negrinha de freixo: "mais fino, mais dourado", enfim, "diferente".
A certificação do azeite não é para já um propósito, mas "seguiremos os trâmites legais a que nos obrigarem", garante António Rocha, conduza isso ou não à certificação.