Uma investigadora da Universidade de Vila Real garantiu hoje que a mosca da azeitona pode ser combatida "rápida, barata e eficazmente" com recurso a modelos de previsão do ataque da praga que está a afetar o olival. De norte a sul do país, são muitos os olivicultores que se queixam do ataque da mosca da azeitona, que está ter consequências a nível da produção de azeite nesta campanha. Fátima Gonçalves do Centro de Investigação e de Tecnologias Agroambientais e Biológicas (CITAB), da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro UTAD), garantiu hoje, em comunicado, que esta praga pode ser combatida de "forma rápida, barata e eficaz". "Basta ter um computador ligado a uma estação meteorológica para recolher os dados necessários que permitem prever, por exemplo, quais são os períodos de risco de ataque de ''Bactrocera oleae'' ou a melhor oportunidade para o olivicultor fazer os tratamentos com inseticida," explicou a especialista. A investigadora desenvolveu dois modelos de previsão para a Terra Quente Transmontana: o "Modelo de Previsão do Ataque", que permite conhecer a percentagem de frutos atacados a partir do número de capturas de moscas em armadilhas, e o "Modelo de Somas de Temperatura". "Este modelo acumula as temperaturas diárias registadas no olival, a partir de uma fórmula, o que permite prever os períodos de risco da praga e realizar os tratamentos nas fases do ciclo em que é mais vulnerável. O objetivo é reduzir o mais possível o uso de inseticidas no olival", salientou. Fátima Gonçalves disse que estes modelos serão cada vez mais necessários, pois "as alterações climáticas vão obrigar os produtores a utilizá-los para poderem combater a praga da forma mais rápida e eficaz". Os dois modelos foram criados para a região da Terra Quente, no âmbito da tese de doutoramento da investigadora, em 2011, mas poderão ser adaptados a outras regiões. A responsável defendeu, por isso, que a ferramenta deve ser recuperada e utilizada por produtores e associações de todo o país para minimizar os riscos no setor, e evitar ataques como os deste ano. As condições climáticas verificadas nesta colheita, com um verão com temperaturas amenas e chuva muito abundante no final do verão e no princípio do outono, foram favoráveis para o desenvolvimento da praga da mosca da azeitona. Os prejuízos originados pela mosca da azeitona são qualitativos e quantitativos. A atividade da larva no interior da azeitona afeta o seu desenvolvimento e provoca a sua queda prematura.



PARTILHAR:

Finalmente

Betânia e Santos Mártires