A realização, pelo Imovirtual, de uma sondagem quantitativa com 14.998 respostas onde os utilizadores avaliaram os Distritos onde residem pelas suas características e, também, pela tipologia da sua família, levou à conclusão que o segundo pior distrito classificado é o de Bragança, sendo o motivo principal a qualidade dos seus transportes públicos.

É importante salientar que, como a própria sondagem indica, os residentes estão, em relação a todos os munícipios de forma geral, insatisfeitos com os transportes públicos. Os motivos principais que geram a insatisfação face ao transporte geralmente são: falta de rapidez, falta de conforto, indisponibilidade do serviço em certas áreas, falta de fiabilidade, e custos elevados.

No caso de Porto e Lisboa, por exemplo, distritos mais modernos e urbanizados, devido aos motivos acima mencionados, apenas 11,1% da população do Porto e 15,8% em Lisboa, apontam os transportes públicos como principal meio de transporte. Em ambas as localidades, os motivos, por ordem de preferência, para os cidadãos preferirem utilizar os próprios carros são: rapidez e conforto.

Tais resultados não são muito surpreendentes, visto que, em centros urbanos, o ritmo não costuma parar, e as pessoas parecem estar sempre com pressa. Já em distritos menores e menos urbanizados como Bragança, os problemas costumam ser a indisponibilidade do serviço em certas áreas, a falta de fiabilidade e a menor frequência dos serviços (em Bragança, por exemplo, os transportes públicos não funcionam ao fim-de-semana).

Isto, de facto, torna-se um fardo não só para a população, como também para o meio ambiente, visto que a compra de mais e mais carros aumenta, consideravelmente, a emissão de dióxido de carbono. O governo, idealmente, deve focar-se no investimento em transportes públicos e no fornecimento de opções ecológicas, como por exemplo bicicletas e trotinetes elétricas.

Bragança aposta na Mobilidade elétrica, recentemente o município investiu 1,2 milhões de euros, metade financiados por programas comunitários, em dois autocarros que passam a fazer duas das quatro linhas urbanas da cidade de Bragança, os novos autocarros estão dotados de “tecnologia avançada”, nomeadamente a pensar nas pessoas com problemas de mobilidade.

A aquisição das viaturas elétricas insere-se nas medidas municipais que têm sido adotadas para fazer de Bragança uma “ecocidade” com preocupações ambientais.

Felizmente para Bragança (e possivelmente uma reviravolta  que poderá fazer com que o distrito suba no ranking do Heat Map dos Distritos de Portugal), há poucos dias atrás foram implementadas novas tarifas pelo STUB (Serviços de Transportes Urbanos de Bragança), reduzindo os valores em 90%! Com estas novas tarifas, vários bilhetes que servem os centros urbanos e as aldeias do distrito, custarão apenas 10 cêntimos, e 20 cêntimos em circuitos mistos (os quais permitem deslocar-se para ambas cidade e aldeias).

Esta redução reflete um investimento altíssimo do governo que pretende chegar, ao mais perto possível, da gratuidade dos serviços de transporte público. Bragança está, finalmente, a juntar-se aos restantes conselhos de Macedo de Cavaleiros, Vinhais, Mirandela, Vimioso, Vila Flor, Alfândega da Fé, Mogadouro e Miranda do Douro (os quais já haviam implementado a referida redução).

A redução das taxas não significa necessariamente uma melhoria dos restantes defeitos do serviço, mas, sem dúvida, demonstra um maior investimento, assim como uma maior acessibilidade financeira. Com mais pessoas a utilizar o STUB, maior será o investimento e mais motivos surgirão para aperfeiçoá-lo.



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