A abertura do procedimento de classificação do castro de Sapelos, um povoado fortificado inserido no Parque Arqueológico do Vale do Terva (PAVT), no concelho de Boticas, foi hoje publicada em Diário da República (DR).
O despacho, assinado pela diretora-geral do Património Cultural, Paula Araújo da Silva, determina a abertura de procedimento para classificação do castro de Sapelos, na localidade de Sapelos, freguesia de Sapiãos, concelho de Boticas, distrito de Vila Real.
O presidente da Câmara de Boticas, Fernando Queiroga, disse à agência Lusa que a classificação deste castro “é muito importante” e pode “ajudar a catapultar” este povoado fortificado “que estava um pouco esquecido” e onde está a “ser feito um trabalho de beneficiação” a “expensas do município”.
O autarca referiu ainda que a classificação poderá também “ajudar a obter financiamento” para prosseguir com os estudos e a beneficiação daquele espaço.
De acordo com informação da página na internet do PAVT, o castro de Sapelos “é um dos mais complexos locais fortificados do Vale Superior do Terva, pela articulação que realiza entre as linhas de muralha e um labiríntico complexo de fossos defensivos, durante décadas interpretados como trincheiras mineiras”.
Na informação é referido ainda que “no povoado são facilmente identificáveis duas linhas de muralha, constituídas por alvenaria de junta seca, em granito, delimitando uma área de aproximadamente 6,5 hectares”.
E acrescenta que a “primeira linha de muralha define, de forma imponente, a acrópole do povoado, tendo sido colocado a descoberto uma porta monumental virada a poente”.
Os trabalhos arqueológicos de que tem sido objeto permitiram igualmente comprovar a sua ocupação entre o século II a.C. e o século II d.C., tendo-se identificado diversas estruturas de habitação de planta circular e retangular.
O Parque Arqueológico do Vale do Terva é um projeto conjunto do Município de Boticas e da Universidade do Minho, iniciado em 2006 e que tem por objetivo promover a gestão integrada dos valores patrimoniais naturais e culturais daquele território.
De acordo com o despacho publicado hoje no DR, o castro em vias de classificação e todos os bens imóveis localizados na zona geral de proteção, 50 metros contados a partir dos seus limites externos, ficam a partir de agora abrangidos pelas disposições legais em vigor.
Os interessados em reclamar, ou interpor recurso contra a abertura do procedimento podem consultar "os elementos relevantes do processo, nomeadamente a fundamentação e a planta do conjunto em vias de classificação e da respetiva zona geral de proteção, nas páginas na internet da Direção-Geral do Património Cultural, (www.patrimoniocultural.pt), Direção Regional de Cultura do Norte (www.culturanorte.pt) ou Câmara Municipal de Boticas (www.cm-boticas.pt).