Há anos que populações portuguesas do interior Norte reivindicam acesso gratuito aos hospitais espanhóis, principalmente em cidades junto à fronteira, com as mesmas regalias e direitos do Sistema Nacional de Saúde.

Essas reividicações foram já mesmo apresentadas ao Ministério da Saúde por Manuel Rodrigo, presidente da Câmara de Miranda do Douro, e foram, também, discutidas na última Cimeira Ibérica, que decorreu em Zamora, em Fevereiro. \\" As razões dessas reivindicações são simples: estamos a cerca de 35 quilómetros de Zamora. Ali, há dois hospitais com todas as valências médicas, até fazem tratamentos de Quimioterapia. Estamos, porém, a mais de uma hora do Hospital de Bragança, onde faltam especialidades médicas, já para não falar nas distâncias que nos separam dos hospitais de Vila Real ou do Porto\\", reclama Manuel Rodrigo.

No entanto, quando se fala em distâncias, os castelhanos também lembram que há situações identificas do lado de lá da fronteira. Recordam que de Puebla de Sanábria a Zamora são mais de 160 quilómetros, mas meros 40 quilómetros até Bragança.

Numa recente visita a Miranda do Douro, Francisco Ramos, secretário de Estado adjunto da Saúde, fez saber que \\"a matéria está em fase de estudo\\" e avançou que \\"é preciso ter cautela, já que há regras que têm de ser aceites pelos dois Estados ibéricos\\".

O governante disse haver uma proposta no Parlamento Europeu que visa \\"abolir fronteiras e garantir total mobilidade dos cidadãos, independentemente da nacionalidade, aos serviços existente na União Europeia\\".

Manuel Rodrigo avisa que \\"já se perdeu muito tempo a discutir este assunto\\", por isso, \\"é imperioso que haja uma reunião, com carácter de urgência, entre a Administração Regional de Saúde do Norte (ARS - Norte) e os responsáveis pelo sector da saúde na Junta de Castela e Leão\\".

\\"Há falta de vontade política para que todo o processo se torne mais célere. Já recebi do gabinete da ministra da Saúde uma indicação de que bastaria que a ARS - Norte chegasse a um entendimento com a Junta de Castela e Leão\\", argumentou o autarca.

Segundo Manuel Rodrigo, há já pessoas na região que usufruem dos cuidados de saúde espanhóis, porém, \\"conseguidos por portas travessas\\", por isso, \\"seria importaste legalizar a situação para não criar embaraços\\", disse.

Por este motivo, Manuel Rodrigo alega que \\"o trabalho de casa já há muito tempo que deveria estar concluído\\", já que se trata da \\"qualidade de vida das pessoas\\".

Outro motivo que deixa o autarca indignado é o facto de os doentes que são transportados para o Centro Hospitalar do Nordeste terem de circular por estradas espanholas devido ao facto da viagem ser mais rápida.

\\"Entendo que, como se resolveu a questão dos cuidados de saúde em Badajoz, o mesmo poderia acontecer no interior norte\\", sustenta o edil.

Enquanto toda a situação não é resolvida, são muitas as pessoas que procuram clínicas privadas com sede em localidades junto à fronteira. No intuito de realizarem, com rapidez, exames completares de diagnósticos ou consultas de especialidade em tempo útil, com a finalidade de evitar longas esperas.



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