Um homem, com cerca de 40 anos, foi electrocutado, ontem, cerca das 11 horas, quando trabalhava numa habitação no Vale Churido, em Bragança, tendo ficado com queimaduras graves em 50% do corpo, mas esperou cerca de quatro horas no hospital da cidade para ser transferido, via aérea, para o Hospital de S. José, em Lisboa.

Henrique Capelas, presidente do Conselho de Administração da unidade de saúde brigantina, disse que a demora ficou a dever-se ao facto de o helicóptero do INEM, estacionado em Matosinhos, não poder descolar devido ao intenso nevoeiro que se fez sentir durante toda a manhã no Grande Porto.

De acordo com aquele responsável, o hospital tentou encontrar uma solução e optou por contratar um helicóptero à Força Aérea, a expensas da unidade de saúde, que ainda chegou a descolar da base área do Montijo, mas cujo voo acabou por ser anulado porque, entretanto, o INEM informou que já existiam condições para a fazer a viagem. O homem acabou por ser transferido cerca das 15.15 horas.

O operário da construção civil ficou ferido com gravidade, segundo uma fonte do Hospital de Bragança, tem queimaduras internas e externas no tórax e nos membros inferiores, daí a necessidade da sua transferência para uma unidade de queimados. \\"A única que tinha vaga era a de S. José\\", referiu o administrador do hospital de Bragança.

Outros meios disponíveis em Bragança para o transporte de doentes são as oito ambulâncias dos Bombeiros Voluntários e a Unidade de Cuidados Intensivos móvel que serve, essencialmente, para a transferência de doentes entre hospitais. \\"Um doente pode ser transferido da unidade de cuidados intensivos do Hospital de Bragança para uma unidade do Porto nas mesmas condições que têm no hospital, acompanhado de um médico e de dois enfermeiros\\", disse José Fernandes, comandante dos Voluntários.

Henrique Capelas afirmou que o meio usado para a transferência dos doentes é sempre accionado pelos médicos, com base no diagnóstico clínico, e acrescentou que normalmente não é complicado accionar os meios aéreos para transporte de doentes.

*com Paulo F. Silva

Emergência médica avaliou várias hipóteses de transporte

Luís Meira, coordenador do \\"héli 2\\" do Instituto Nacional de Emergência Médica estacionado em Matosinhos, explicou, ao JN, que \\"não havia risco imediato de vida\\" para o doente, segundo os dados dos médicos do Hospital de Bragança.

De acordo com informação do comandante do \\"héli 2\\" não havia condições meteorológicas favoráveis, pelo que Luís Meira ainda avaliou a hipótese do \\"héli 1\\", em Lisboa, efectuar o transporte. Só que este poderia, ainda, ter de realizar uma outra viagem, com outro doente, ao Algarve. Azar dos azares, o \\"heli 1\\" avariou, e nem sequer foi ao Algarve.

Foi também ponderada a possibilidade da transferência ser concretizada por via terrestre, mas uma \\"aberta\\" do tempo, cerca das 14 horas, resolveu naturalmente a questão.



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