A academia de dança Forma recebe na segunda-feira, em Chaves, o título de embaixador do Alto Tâmega, durante um fórum em que serão apresentados 14 "novos povoadores" que estão a ajudar a desenvolver o turismo neste território.
“É o nosso título mais elevado de reconhecimento”, afirmou hoje à agência Lusa Ramiro Gonçalves, primeiro secretário executivo da Comunidade Intermunicipal do Alto Tâmega e Barroso (CIMAT).
A Forma – Estúdio de Dança de Chaves é o quarto embaixador da CIMAT, a seguir ao selecionador nacional de futsal, Jorge Braz, à Academia de Artes e ao padre António Fontes.
O título é atribuído em 2025 à Forma pelo “desempenho extraordinário que teve nos últimos cinco anos”, com a conquista de 275 medalhas de ouro, prata e bronze em concursos internacionais ligados à dança, bem como 30 prémios especiais e bolsas de estudo.
O estúdio tem como objetivo a formação e ensino no âmbito da dança e conta com alunos da região, mas também do Brasil, Estados Unidos da América, Irão, Reino Unido e França.
A decisão de distinguir a Forma foi tomada pelos seis municípios do Alto Tâmega e Barroso - Boticas, Chaves, Montalegre, Ribeira de Pena, Valpaços e Vila Pouca de Aguiar.
O objetivo da rede de embaixadores é reconhecer o valor de cidadãos ou entidades oriundos do território que, nas mais variadas áreas de atividade, têm tido “um percurso de excelência, mantendo o orgulho nas suas origens e tendo como princípios a humildade e a capacidade de superação”.
Esta atribuição acontece no âmbito do “II Fórum do Turismo do Alto Tâmega e Barroso”, organizado pela CIMAT e em que se falará sobre a evolução das tendências do turismo no Interior do país, o trabalho desenvolvido na região e perspetivas futuras para este setor.
“Partimos de um número de 190 mil dormidas em 2019, antes da pandemia, e estamos hoje com um número superior a 400 mil dormidas. O turismo é uma atividade muito relevante que representa cerca de 70 milhões de euros para o território e é uma atividade que, cada vez mais, tem mais ativos”, afirmou Ramiro Gonçalves.
Durante o evento, explicou, vão ser apresentados “14 novos povoadores” no setor do turismo, desde a área da hotelaria, restauração ou operadores turísticos que “têm conseguido atrair cada vez mais turistas para o território.
“E nós chamamos a essas novas iniciativas novos povoadores. São pessoas que viviam em outros territórios, portugueses ou fora de Portugal, que decidiram desenvolver as suas iniciativas turísticas no território e que estão a ter muito sucesso”, salientou.
Na lista de “novos povoadores” há novos restaurantes, hotéis, mas também empresas que promovem “experiências”, como a rota do contrabando, que levam os turistas pelos antigos trilhos usados pelos contrabandistas na raia, ou o cozer o pão nos antigos fornos ou aprender a fazer fumeiro.
“Cada vez mais temos turistas que querem experiências únicas que existem nestes territórios”, referiu Ramiro Gonçalves.
O fórum acontece no Aquanatur Palace, um espaço multiúsos que abre hoje as portas.
Trata-se de um centro interpretativo ligado ao recurso água, com uma componente educacional e pedagógica, que tem um “das maiores salas multimédia da Europa”, desenvolvida em 360 graus e projeção no chão.
Baseado em tecnologia de realidade virtual, realidade aumentada e holografia, que permitem uma interação imersiva e multissensorial, este edifício, segundo Ramiro Gonçalves, será também uma atração turística e palco para eventos culturais, como concertos ou feiras.
Trata-se de um investimento do município de Chaves, com financiamento comunitário, que permitiu requalificar o edifício do antigo cineteatro, que estava devoluto há cerca de 30 anos no centro da cidade de Chaves e “devolve-lo à cidade”.
Neste edifício também se desenvolverá ciência relacionada com a água, em articulação com o AquaValor - Centro de Valorização e Transferência de Tecnologia da Água.