A Câmara de Montalegre anunciou hoje a renovação do protocolo com o Exército para a conclusão do acesso em terra batida até à ponte da Assureira, uma intervenção que tem um custo total de 500 mil euros.
A ponte da Assureira foi construída em 2010 para melhorar a ligação de Montalegre à Autoestrada 24 (A24), em Chaves, representou um investimento de cerca de 500 mil euros e contou com financiamento comunitário, mas a estrada de acesso à estrutura nunca foi feita.
Em 2019, o município de Montalegre, no distrito de Vila Real, acordou com o Exército, através do Regimento de Engenharia n.º 3, sediado em Espinho, a construção de uma acessibilidade à ponte em terra batida, um protocolo que foi, agora, renovado.
O presidente da câmara, Orlando Alves, disse que esta é a “última extensão do protocolo” estabelecido com o Exército português com vista a finalizar o acesso à "Ponte da Assureira".
“É uma obra que tem vindo a ser protelada no tempo. Acontece devido a esta situação pandémica que faz com que, muitas vezes, os militares não tenham condições para trabalhar. Não será necessária fazer nova extensão do protocolo. Até ao fim do ano, há tempo para que a obra esteja concluída da nossa parte”, afirmou o autarca, através de um comunicado divulgado hoje pelo município.
Orlando Alves fez questão de “deixar claro que esta intervenção não tem razoabilidade nenhuma, a menos que o próximo quadro comunitário permita que os municípios de Montalegre e Chaves avancem para uma candidatura”, com vista à resolução desta situação caricata de uma ponte sem estrada.
“Não o podendo fazer, será um investimento pontual e absolutamente desnecessário. Não era uma prioridade. Esta intervenção resulta da denúncia que o PSD de Montalegre fez ao Ministério Público dando a entender que havia uma gestão danosa. Mais grave ainda do que isso, é nós sabermos que a União Europeia, a toda a hora, pode obrigar o município de Montalegre a devolver os 500 mil euros que foram gastos”, salientou.
O presidente explicou que foi feita a “avaliação de todos estes riscos” e que foi feito este protocolo “por forma a suavizar este desperdício de dinheiro que se está agora a aplicar”.
“É uma medida que visa antecipar qualquer intimidação vinda da União Europeia tendente à reposição do dinheiro. Neste momento, estamos a criar a acessibilidade. Não mais se poderá dizer que a ponte da Assureira não tem eficácia. Do nosso lado, vamos finalizar este ano. Do outro lado, há o compromisso de o colega de Chaves dar andamento à obra”, frisou.