Começaram ontem os trabalhos de desmantelamento da carruagem que em Fevereiro descarrilou na Linha do Tua. Por causa dos difíceis acessos as peças terão que ser içadas separadamente pelos cerca de 60 metros da ravina. Os trabalhos vão demorar cerca de um mês e vão custar 100 mil euros.

A carruagem que descarrilou em Fevereiro na Linha do Tua provocando a morte a três pessoas começou ontem a ser desmantelada para ser removida do local do acidente. Os difíceis acessos à zona obrigam a que a composição seja primeiro desmantelada para depois as peças serem içadas separadamente. Técnicos e equipamento necessário começaram ontem a trabalhar no terreno numa operação que deverá prolongar-se durante um mês, segundo disse à Lusa o autarca de Mirandela e presidente da sociedade do Metro, José Silvano.

A carruagem desmantelada vai ser içada pela ravina com cerca de 60 metros, onde caiu ao início da noite de 12 de Fevereiro arrastando para o Rio Tua os cinco ocupantes.
Cinco meses depois do descarrilamento, os trabalhos de remoção da carruagem sinistrada tiveram início e estão a cargo da empresa SEMES, um subsidiária da CP, e orçados em 100 mil euros.
Os técnicos partiram à hora de almoço da Estação de Tua e foram transportados, juntamente com o equipamento necessário, em composições ferroviárias para o local do acidente.

Travessia continua condicionada
Depois do acidente de Fevereiro, as carruagens do metro de Mirandela, que fazem as viagens para a CP, circulam apenas entre Mirandela e a Estação da Brunheda. O restante percurso até ao Tua, onde é feita a ligação à Linha do Douro, é efectuado por uma táxi ao serviço da CP.
De acordo com as conclusões de dois inquéritos ao acidente, o descarrilamento da carruagem foi causado pelo desabamento de pedras.

Inquéritos por concluir
A Secretaria de Estado dos Transportes remeteu, em Março, as conclusões dos inquérito ao LNEC, que tinha um prazo de 90 dias, já esgotado, para apreciar os resultados e se pronunciar sobre as condições da infra-estrutura e intervenções necessárias à reabertura.
O futuro da Linha será decidido pelo Governo com base nas conclusões deste relatório. A Procuradoria-Geral da República abriu também um inquérito para investigar as causas do acidente, conduzido pelo Ministério Público da Comarca de Mirandela.

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O acidente
Três vítimas mortais
Dois funcionários do metro de Mirandela e um da CP morreram no acidente, que obrigou a uma semana de buscas intensas para encontrar os corpos no Rio Tua. Dois estudantes ficaram feridos no acidente, sendo que foi um deles que deu o alerta através de um telefonema para um familiar.
Desde o acidente, parte da linha continua encerrada à espera de uma decisão do Governo sobre o futuro dos últimos 60 quilómetros de caminho-de-ferro no Nordeste Transmontano.



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