O acidente aéreo de hoje com duas vítimas mortais foi o primeiro desta dimensão em Bragança, segundo o diretor do aeródromo municipal, Orlando Gomes.

“É a primeira vez que acontece uma situação desta amplitude”, afirmou o responsável pela infraestrutura aeronáutica, onde está sedeado o Aeroclube de Bragança proprietário do avião ultraligeiro com dois lugares usado em passeios de treino.

As duas vítimas eram membros do Aeroclube e o acidente ocorreu durante um desses passeios, cerca de 20 minutos depois de deslocarem do aeródromo municipal de Bragança.

A aeronave caiu fora do perímetro do aeródromo, a cinco quilómetros, próximo da aldeia de Varge.

As vítimas são um empresário e piloto instrutor de Bragança, com 60 anos, e um jovem de 26 anos, também de Bragança, que tinha recentemente ingressado como piloto na TAP, a transportadora aérea portuguesa.

Orlando Gomes explicou aos jornalistas que a aeronave tinha chegado de um voo a León, em Espanha, e descolou por volta das 17:30, não tendo havido mais comunicações com o aeródromo municipal.

“Era um voo de treino com dois comandantes muito experientes”, afirmou o diretor do aeródromo.

O alerta ao aeródromo chegou através de um popular que telefonou a avisar do acidente.

O diretor indicou ainda que já foram cumpridos os procedimentos aeronáutico, tem sido feita a comunicação do acidente ao Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves, aguardando-se que os inspetores se desloquem ao local, o que se prevê venha a acontecer no domingo de manhã.

Os corpos já foram retirados do local e os destroços da aeronave estão sob a guarda da GNR e sinalizados.

O Aeroclube de Bragança informou que emitirá mais tarde um comunicado sobre o acidente.

O diretor do aeródromo explicou ainda que a aeronave acidentada é de fabrico checo, de 2007.

Segundo Telmo Garcia, um dos pilotos que tinha feito a viagem de hoje a Espanha, que antecedeu o acidente, a aeronave tinha sido recentemente adquirida pelo Aeroclube.

“Aparentemente o avião encontrava-se em perfeitas condições. Eu fiz um voo nele de manhã para Astorga, Espanha, onde havia um convívio do aeroclube e não detetei qualquer problema”, afirmou.

Este piloto afirmou ainda que as duas vítimas são “duas pessoas das mais experientes do Aeroclube de Bragança”.

“Não se percebe de facto o que aconteceu, aparentemente terá sido uma falha estrutural”, acrescentou.

Flávio Alves foi uma das testemunhas oculares do acidente. Estava na aldeia de Varge e já tinha visto o avião dar “três ou quatro voltas na zona”.

No momento da queda, contou, viu o avião de frente, ouviu uma explosão e peças a cair.

Uma asa da aeronave ficou a cerca de 150 metros da parte principal e há destroços espalhados.

O alerta foi dado às 17:54 e, como disse o comandante dos bombeiros de Bragança, José Fernandes, quando a primeira equipa chegou ao local “viu um monte de destroços e dois corpos dentro da aeronave”.

No total estiveram envolvidos na operação de resgate dos corpos 17 elementos e cinco viaturas, segundo ainda o comandante.

A Proteção Civil Municipal está a dar apoio psicológico às famílias das vítimas, de acordo com o vereador Paulo Xavier.


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