Este ano, já perderam a vida quatro pessoas, em dez acidentes com tractores agrícolas no distrito de Bragança. O número de feridos está por calcular.
Trata-se de um valor elevado, ainda assim muito distante do apurado em 2007, ano em que dez agricultores morreram esmagados pelos veículos, o que levou o governador civil de Bragança, Jorge Gomes, a lançar uma campanha de sensibilização para o problema. Dois anos antes, haviam falecido 15 pessoas. Entre 2000 e 2009, registaram-se 63 mortes na região.
O Governo Civil de Bragança tem vindo a realizar acções junto dos agricultores, com a participação da GNR e de entidades ligadas à Direcção Regional de Agricultura, onde se explica a melhor forma de manusear as máquinas, apelando à utilização do chamado \"Arco de Santo António\", uma espécie de habitáculo que, se o veículo tombar, protege o condutor de ser esmagado. \"Muitos agricultores retiram o arco, por ser mais difícil trabalhar em zonas arborizadas\", reconheceu ao JN João Graça, agricultor de 75 anos.
Outra acção passou pela introdução de chamadas de atenção no verso dos impressos do \"gasóleo agrícola\", usando, inclusivé, fotografias de acidentes. Foi ainda realizado um estudo para identificar o perfil das vítimas de acidentes com tractores, concluindo-se que se trata de homens idosos, entre os 60 e os 79 anos.
A maioria dos acidentes ocorrem por a máquina tombar. Os acidentes ocorreram, na sua esmagadora maioria, quando as condições de visibilidade e de luminosidade eram boas e, maioritariamente, quando os tractores operavam em pisos irregulares.
A campanha deu frutos. Fonte do Governo Civil adiantou ao JN que as estatísticas actuais indicam \"um decréscimo do número de acidentes, assim como do número de vítimas\". O projecto, inédito, acabou por ser aproveitado noutras regiões do país. Em nove anos, houve uma redução de vítimas mortais, passando de 12, em 2006, para cinco, em 2009.