A presidente da Associação Comercial, Industrial e Serviços de Bragança (ACISB), Maria João Rodrigues, queixou-se hoje de que os comerciantes de Bragança ainda não receberam os apoios à economia anunciados pelo Governo para atenuar os efeitos da pandemia.
A representante dos comerciantes considera que o desconfinamento em curso com o aliviar das restrições “ficou muito aquém” das expectativas dos pequenos negócios, mas entende que “os incentivos que foram atribuídos pelo Estado ainda estão mais aquém”.
A presidente da Associação concretizou que “ainda não está na tesouraria das empresas” o dinheiro dos incentivos anunciados, nomeadamente no que respeita ao apoio às rendas e ao programa Apoiar.
“É bom que se lancem as medidas, mas é bom que se cumpra com aquilo que foi estipulado”, enfatizou, concretizando que as empresas fizeram candidaturas “já quase há dois meses” e ainda não receberam os respetivos montantes, mesmo daquelas que já foram aprovadas.
Maria João Rodrigues especificou que as candidaturas ao programa Apoiar foram feitas em janeiro e “ainda nem sequer as candidaturas foram aprovadas na totalidade e muito menos disponibilizadas as verbas que foram atribuídas”.
Situação semelhante ocorre com o apoio às rendas, com “a maior parte das candidaturas feitas a 04 de fevereiro, tinham 30 dias para fazer a aprovação e ainda não está uma única candidatura aprovada”.
“O que eu peço é que o Governo, que ao lançar estas medidas cria expectativas nos comerciantes, que cumpra com o que está estipulado”, insistiu.
Se o confinamento e as restrições à economia se prolongarem, a presidente da ACISB teme que, com o estrangulamento financeiro e um tecido empresarial débil, as empresas de Bragança “não vão aguentar muito mais”.
A dirigente pede que se olhe para a questão económica, mas apela também ao cumprimento das regras de combate à pandemia, alertando que, apesar de a reabertura ficar aquém das expectativas, “é melhor abrir de uma forma mais segura do que estar a abrir já e depois ter que voltar a encerrar”.