Vai conciliar os métodos tradicionais de produção de vinhos e os mais sofisticados equipamentos .
Um empresário francês está a investir três milhões de euros na construção de uma adega no Douro, São João da Pesqueira, que vai conciliar os métodos tradicionais de produção de vinhos e os mais sofisticados equipamentos.

Propriedade do investidor francês Roger Zannier, a Adega Quinta da Teixeira, que está a ser construída em Ervedosa do Douro, foi concebida pela empresa portuense Oitoemponto para \"aliar a produção de vinhos de altíssima qualidade a uma arquitectura distinta\".

Quem o afirma é a dupla Artur Miranda e Jacques Bec, da Oitoemponto, que considera que além de atrair os apreciadores de vinho, a nova adega vai ser também um pólo de atracção turística para os apreciadores de arquitectura.

O responsável diz que o vinho é o \"actor principal\" desta adega que concilia os \"métodos ancestrais de produção vinícola e os mais sofisticados equipamentos\" e que vai abrir as portas para a próxima vindima, em Setembro.

Artur Miranda referiu que, para os diferentes patamares da produção, vai ser utilizada unicamente a força da gravidade, dispensando qualquer sistema mecânico de bombagem.

A movimentação do vinho graviticamente, nas suas diferentes fases, permite um \"tratamento delicado e requintado do mesmo\".

A recepção das uvas vai ser feita no piso zero e depois de seleccionadas manualmente numa mesa estas cairão directamente num desengaçador para depois serem esmagados antes de entrarem nos depósitos de fermentação situados no piso inferior.

Aqui ficará localizada a área de vinificação, composta por 17 depósitos de fermentação, mais três lagares de granitos, removidos da antiga casa da quinta.

Depois, o vinho cairá directamente para o piso menos dois, onde será armazenado em cubas de inox e barricas de madeira.

A sala de stocks de madeira, que irá receber as barricas de carvalho francês é considerada por Artur Miranda como a mais \"cativante\" no percurso de visita turística, tendo sido escolhida a ardósia para revestir as paredes e pilares, pontuando com elementos dourados.

\"O dourado não aparece como símbolo pretensioso ou de ostentação, aparece sim como uma chancela ou uma medalha a um produto tão nobre quanto o vinho\", afirmou.

Este piso vai possuir ainda uma área de engarrafamento e de armazenamento.

Com uma área de implantação de cerca de 850 metros quadrados, o edifício possui uma nave central com 20 metros de altura, e tem como matéria nobre o betão.

\"O betão vai ficar à vista no edifício. Vamos tentar que a única peça que efectivamente sobressai neste monte seja só a nave principal\", frisou.

Os arquitectos escolheram ainda dois materiais ligados ao vinho, como o vidro verde que alude às garrafas, que vai revestir o eixo central do edifício, e ainda o carvalho que vai revestir as paredes da sala de apresentação de vinhos.

Desde o início da sua concepção, o projecto está também a ser acompanhado pelo enólogo João Nicolau de Almeida.

Nesta adega, que está implantada num terreno com 23.500 metros quadrados, serão produzidos vinhos tintos e brancos DOC Douro, vinhos do Porto Single Quinta Vintage e Porto Branco.

Criada em 1993, a Oitoemponto, que está ainda a criar um restaurante de luxo em Luanda, desenvolve ainda projectos de casas particulares em Angola, bem como no Brasil e Inglaterra.



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