O Sindicato da Hotelaria do Norte apontou hoje para uma adesão à greve na ordem "dos 100%" dos trabalhadores de jogo do Casino de Chaves, salientando que as bancas de jogo “estão todas encerradas”.
“As bandas de jogo estão todas as encerradas, portanto, há uma adesão de 100% no jogo bancado”, afirmou à agência Lusa Francisco Figueiredo, do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares do Norte,
O pré-aviso de greve abrange também o hotel anexo ao casino, mas, segundo o responsável, “aí a adesão é muito menor”.
O dirigente sindical disse que, desde maio de 2022, este é já o 16.º dia de greve que os trabalhadores do Casino de Chaves cumprem.
“No sábado fazem o 17.º e, no dia 21, o 18.º dia de greve se, daqui até lá, a empresa não dialogar com os trabalhadores e não quiser fazer um acordo. Mas tudo indica que a luta destes trabalhadores vai continuar, porque não é aceitável que façam trabalho em regime de turno, à noite, aos fins de semana e não sejam minimamente remunerados por isso”, salientou o responsável.
Francisco Figueiredo disse que “hoje e amanhã (sábado) o casino está completamente cheio”, devido a um “grande torneio de póquer que está a decorrer.
Está marcada uma nova greve no sábado, dia 21 de janeiro, altura em que se assinalam os quinze anos da abertura do Casino de Chaves, no distrito de Vila Real.
O dirigente sindical salientou que as greves continuam por causa “da recusa da Solverde” da “negociação da contratação coletiva” e a “recusa dos aumentos salariais”.
“A única coisa que a empresa cedeu até agora foi passar a pagar os feriados com 200%, não cedeu em mais nenhuma reivindicação dos trabalhadores”, afirmou.
E, salientou, que a principal reivindicação dos trabalhadores do Casino de Chaves é receber “o subsídio de turno ou o subsídio noturno, conforme as outras concessionárias pagam”.
“Os trabalhadores ganham o salário mínimo nacional, 705 euros, a esmagadora maioria e recebem o subsídio de alimentação. Não recebem mais nada, não recebem o subsídio de turno ou subsídio noturno”, explicou.
E, especificou, dentro do casino há também trabalhadores de bar que recebem “50% do subsídio noturno”, mas, frisou, “aos trabalhadores do jogo a empresa não paga porque não há contratação coletiva”.
Segundo o sindicato, os trabalhadores reivindicam aumentos salariais “justos e dignos” para todos os trabalhadores, a atualização do valor das diuturnidades, a atualização do valor do subsídio de alimentação, bem como a criação de um subsídio de turno para os trabalhadores da área do jogo.
Reclamam ainda a atualização do prémio de línguas, atualização do abono de falhas, a redução do horário de trabalho para as 35 horas semanais e 25 dias úteis de férias para todos os trabalhadores.
Contactado pela agência Lusa, a Solverde disse que não faz comentários sobre este tema.
A Solverde pertence ao grupo Violas, que opera em várias áreas, nomeadamente turismo, educação, imobiliária, bebidas e têxtil.