Vinte estudantes da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, em Vila Real, estão a trabalhar nas cantinas e salas de informática para ganharem dinheiro e terem direito a refeições gratuitas.
O projecto arrancou neste ano lectivo e, para já, conta com a adesão de 20 estudantes, que ganham dois euros à hora. Cada um pode trabalhar quatro horas por dia, duas ao almoço e duas ao jantar. Ao mesmo tempo têm direito a 44 refeições gratuitas por mês.
Elsa Justino, administradora dos Serviços de Acção Social da UTAD, explicou à agência Lusa que estes estudantes ajudam nas cantinas e salas de informática, numa altura em que a universidade não está a contratar pessoal. \"Para nós é uma ajuda e eles ganham um complemento para pagarem as suas despesas\", salientou.
Nas cantinas, os estudantes ajudam essencialmente na receção dos tabuleiros e na lavagem da louça. O projecto é pago pelas receitas dos Serviços Sociais.
A UTAD dispõe de quatro cantinas. Segundo Elsa Justino, neste momento verifica-se um aumento do número de alunos que recorrem às cantinas.
Em 2010, foram servidas 265.862 refeições, número que subiu para os 279.506 em 2011. Aqui os universitários pagam 2,95 euros por refeição completa, mas já há dois anos que podem comprar à peça, ou seja só o prato, a sopa ou a fruta.
As cantinas universitárias em Vila Real não abrem aos fins de semana. Para os alunos que ficam na cidade, a UTAD estabeleceu parcerias com restaurantes. Os estudantes pagam três euros por refeição e os serviços sociais põem o restante da verba.
A academia transmontana possui cerca de 8000 alunos, 7500 dos quais elegíveis para bolsa.
Dos cerca de 3400 que pediram bolsa este ano, foram atribuídos apoios a menos de 2000. Só do primeiro ano, foram 1200 os alunos que se candidataram a bolsa de acção social.
Elsa Justino referiu que, em dois anos, a UTAD perdeu cerca de 1000 bolsas. A responsável referiu ainda que se tem notado um aumento de pedidos de alojamento por parte dos alunos.
Mais de 70 por cento dos estudantes desta academia são deslocados. Mas, mesmo os que diariamente viajavam da sua residência para Vila Real, por exemplo provenientes de Chaves ou Lamego, cidades relativamente próximas, deixaram de o fazer.
A principal causa está na introdução de portagens na Autoestrada 24 (A24) e no aumento dos combustíveis.\"O efeito das portagens foi muito grande. Temos sentido uma pressão, um aumento do pedido de alojamento\", salientou a administradora.