O presidente da Câmara de Boticas exige a demissão do Conselho de Administração do Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro (CHTMAD) «no prazo máximo de 60 dias», depois da descoberta de resíduos hospitalares no aterro da vila.
O autarca social-democrata considera que a administração do CHTMAD não tem condições de continuar em funções porque revelou «uma total irresponsabilidade» na gestão deste processo.
No passado mês de junho foram encontrados, no aterro sanitário de Boticas, resíduos hospitalares que, após investigação, se concluiu serem do Hospital de Chaves. O relatório da Inspeção-Geral do Ambiente, divulgado no mês passado, revelou que existem indícios de matéria criminal associada à «deposição intencional» de sacos com resíduos hospitalares no aterro de Boticas.
No entanto, a mesma entidade disse ainda não ter identificado «qualquer ilícito ambiental imputável aos responsáveis pelo Hospital de Chaves, na medida em que foi comprovada uma adequada triagem e gestão dos resíduos hospitalares».
A excepção era a «armazenagem final dos resíduos hospitalares perigosos que se encontravam num armazém não encerrado acessível pela parte da frente e pelas traseiras (próximas de um parque de estacionamento)».
A direcção do centro hospitalar, segundo Fernando Campos, demonstrou ser «incapaz» de gerir a instituição depois de «não acautelar» os procedimentos adequados. para o autarca, a sua actuação foi mesmo «negligente» no tratamento e acondicionamento de resíduos que implicam alta perigosidade para a saúde pública.
Por este motivo, o edil exige a demissão do administrador «no prazo máximo de 60 dias» para que situações destas não se repitam.
Caso os responsáveis não se demitam, o autarca revela que irá accionar todos os mecanismos e procedimentos, inclusive legais, e mover as necessárias diligências para que os actuais elementos do Conselho de Administração sejam substituídos por «pessoas capazes».
O CHTMAD precisa de responsáveis que estejam «à altura das responsabilidades» da instituição e acautele os interesses das populações da região.
Contactada pela agência Lusa, a administração do centro hospitalar afirmou não ter comentários a fazer a estas acusações.