A Administração Regional de Saúde do Norte (ARS-N) garantiu hoje que a urgência hospitalar de Chaves só será desclassificada de médico-cirúrgica para básica quando o concelho tiver bons acessos.
«Quando Chaves tiver as suas acessibilidades garantidas, aí sim, as decisões terão de ser implementadas. Até lá, a urgência vai continuar a funcionar tal como está hoje», disse o presidente da ARS- N, Maciel Barbosa.
Milhares de pessoas concentraram-se hoje em Chaves, em protesto contra a desclassificação da urgência do hospital local de médico-cirúrgica para básica.
Esta manifestação juntou 121 instituições e associações de Chaves e ainda representantes de partidos políticos que «repudiam veementemente» a proposta da Comissão Técnica de Apoio ao Processo de Requalificação das Urgências.
Referindo-se a este protesto, o presidente da ARS-N disse ser «normal», num estado democrático, que os cidadãos expressem as suas opiniões.
«Mas também devem reagir de forma amadurecida, na posse de toda a informação, e creio que isso não está a acontecer neste processo«, comentou.
Numa declaração aos jornalistas na sede da ARS-N, no Porto, Maciel Barbosa afirmou que a reorganização da rede de urgências »é uma peça de um plano mais vasto para prestar melhores cuidados de saúde às populações«, que passa por melhor aproveitamento dos meios humanos e técnicos.
«Estamos a gastar muita disponibilidade horária para não atender quase ninguém», disse, numa referência a alguns serviços de atendimento permanente.
Acrescentou que muitos serviços de urgência estão de portas abertas sem dar respostas de qualidade, limitando-se a reencaminhar os doentes para unidades de nível superior.
«Se levamos a pessoa a um serviço que não tem meios de diagnóstico e sem profissionais para dar resposta de qualidade, estamos a perder tempo no socorro«, frisou, defendendo a opção por uma rede de urgência menos densa mas mais qualificada.