A empresa com a qual o governo procedeu ao ajuste directo para que sejam retomados os voos entre Bragança, Vila Real e Lisboa nega as acusações da Autoridade da Concorrência de alegada «cartelização» relativa ao concurso dos helicópteros para o combate a incêndios, no ano de 2005. Um concurso que entretanto foi anulado pelo Ministério da Administração Interna (MAI).
A Aeronorte e a sua congénere, Helisul, que apresentaram uma proposta em consórcio, acabaram por ser multadas há cerca de seis meses, com coimas de 179.933,38 euros e 128.539,77 respectivamente. Ontem, a Aeronorte, com sede em Braga, emitiu um comunicado, onde esclarece que na decisão da Autoridade da Concorrência, \"não foram observados quer os aspectos técnicos que lhe foram fornecidos, quer as causas de celebração dos consórcio que assentaram em especificidades e características exigidas pelo caderno de encargos, aspectos que estiveram na base de anulação do respectivo concurso\".
O mesmo comunicado informa que \"a Aeronorte e a Helisul viram-se forçadas a recorrer para o Tribunal do Comércio de Lisboa, onde as questões relativas ao processo em curso vão ser devidamente equacionadas e no âmbito do qual pretendem ver escalpelizada a situação\".
Recorde-se que está em causa o concurso público internacional no âmbito do combate a incêndios florestais nº. 3/2005, para prestação de serviços por parte de seis helicópteros pesados. O concurso foi anulado e foram convidadas seis empresas para a contratação de outros meios aéreos (\"diferentes dos apresentados no concurso e adequados às disponibilidades financeiras\", esclarece ainda a Aeronorte).
O fornecimento desses meios aéreos acabaria por ser entregue precisamente à Aeronorte, que agora vai substituir a Aerocondor na ligação de Trás-os-Montes á capital, enquanto decorre o novo concurso.