Um madeirense de 70 anos foi morto à facada por desconhecidos que o atacaram numa quinta na localidade de Ellisras, província do Limpopo, na terça-feira.

A Lusa apurou que António Caldeira, um fruticultor há longas décadas estabelecido na África do Sul e natural de Santana, foi atacado na terça-feira à noite, pouco depois de ter pago os salários aos trabalhadores.

Os desconhecidos, que exigiram dinheiro ao fazendeiro, acabariam por matá-lo à facada quando este resistiu aos atacantes e lhes garantiu que não tinha na sua posse qualquer dinheiro, pois acabara de pagar aos trabalhadores.

Segundo informação prestada à Lusa pelo cÎnsul-geral de Portugal em Joanesburgo, este foi o oitavo português/luso-descendente a morrer em consequência de actos de violência desde o início deste ano, na África do Sul.

Gomes Samuel ressalvou, no entanto, que um nono português foi morto recentemente na sequência de uma disputa familiar mas que, por não se tratar de um «acto de criminalidade típico da sociedade sul-africana», não foi incluído na estatística consular.

O cÎnsul-geral lamentou mais este assassínio, embora saliente que a comunidade fez grandes progressos na área da prevenção do crime.

«Longe vão os tempos em que eram mortos entre 25 e 30 portugueses por ano na África do Sul e, nesse sentido, regozijamo-nos com os progressos alcançados, embora todas as mortes sejam trágicas e as estatísticas a nível nacional não apresentem melhorias», referiu à Lusa Manuel Gomes Samuel.

O cÎnsul-geral de Portugal em Joanesburgo tem feito um esforço considerável em sensibilizar as autoridades sul-africanas para as necessidades de segurança dos comerciantes portugueses em particular, que muitas vezes estão estabelecidos em zonas consideradas perigosas.

Hoje mesmo o ministro da Segurança sul-africano, Charles Nqakula, divulgou novas estatísticas da criminalidade, que referem aumentos substanciais em várias categorias de crimes, como assaltos a residências (7 por cento), assaltos a empresas (28,3 por cento) e furto de veículos pesados à mão armada (53,3 por cento) no período que medeia entre Abril e Dezembro deste ano em comparação com igual período do ano passado.



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