A Câmara de Bragança classificou hoje como «sem nexo e anacrónica» a nova organização dos serviços regionais do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) por entender que constitui uma «agressão aos cidadãos» residentes no Nordeste Transmontano.

O executivo liderado pelo social-democrata Jorge Nunes aprovou hoje, em reunião de câmara, uma posição de rejeição da nova organização do IEFP que vai acabar com os atuais quatro centros de emprego do Nordeste Transmontano e redistribuir a população pelos distritos de Bragança e Vila Real.

O município decidiu solicitar ao presidente do IEFP e ao primeiro-ministro que seja reposta a \"configuração atual\", defendendo que \"nesta fase de emagrecimento e reorganização das Administração Pública deveria ocorrer uma descentralização de serviços do litoral para o interior, em especial a partir de Lisboa, contrariando o processo de despovoamento acentuado do interior\".

\"Dividir o pouco que existe a funcionar no Interior é uma agressão aos cidadãos aqui residentes, cria conflitualidade, fragiliza a identidade e a soberania do País, o que recusamos de forma absolutamente frontal\", refere na posição a enviar a Pedro Passos Coelho.

O Nordeste Transmontano é servido atualmente por quatro centros de emprego, um para os concelhos de Bragança, Vimioso, Miranda do Douro e Vinhais, outro para os de Mirandela, Via Flor e Carrazeda de Ansiães, um terceiro para os de Macedo de Cavaleiros, Alfândega da Fé e Mogadouro, e outro para Torre de Moncorvo, Freixo de Espada à Cinta e Vila Nova de Foz Coa.

O novo modelo cria três centros de emprego em toda a região de Trás os Montes e Alto Douro e junta concelhos dos distritos de Vila Real e Bragança.

Um dos novos centros de emprego abarca Bragança, Vinhais, Miranda do Douro, Vimioso, Macedo de Cavaleiros, Alfândega da Fé e Mogadouro.

Os restantes concelhos do distrito de Bragança passam a ter de deslocar-se ao distrito de Vila Real, nomeadamente a Chaves, a sede do centro de emprego que engloba ainda Montalegre, Valpaços, Boticas e Vila Pouca de Aguiar, pertencentes ao distrito de Vil Real, e Mirandela, Vila Flor e Carrazeda de Ansiães, do distrito de Bragança.

O terceiro centro de emprego fica em Vila Real, para servir os concelhos de Murça, Alijo, Mesão Frio, Peso da Régua e Sabrosa, no distrito de Vila Real, e Torre de Moncorvo, Vila Nova de Foz e Freixo de Espada à Cinta, no distrito de Bragança.

O executivo social-democrata de Bragança considera \"inaceitável que tenha sido tomada uma decisão político-administrativa que agride um povo de um território, decisão tomada nas suas costas, sem discussão, desprovida de uma visão de coesão e desenvolvimento do território\".

A nova organização configura, para o município, uma \"desintegração territorial do distrito de Bragança sem sentido de orientação lógica\".



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