O agricultor que começou hoje a ser julgado pelo homicídio da mãe, em Ribeira de Pena, escusou-se a prestar declarações ao coletivo de juízes do Tribunal de Vila Real.

O homem é acusado pelo Ministério Público (MP) dos crimes de homicídio qualificado e de profanação de cadáver.

Na primeira sessão, que decorreu hoje no Tribunal de Vila Real, o arguido escusou-se a prestar declarações ao coletivo de juízes.

O alegado homicídio aconteceu em outubro de 2018, mas o cadáver da mulher de 68 anos só foi descoberto dois meses depois, em dezembro, por caçadores.

De acordo com a tese do MP, o arguido mantinha uma relação conflituosa com a mãe, com quem discutia e tinha comportamentos agressivos, associados ao consumo de álcool excessivo.

No dia 04 de outubro de 2018, entre as 18:30 e as 19:30, em Bragadas, freguesia de Santo Aleixo, Ribeira de Pena, na berma da Estrada Nacional 312, o arguido terá, segundo a acusação, abordado a vítima que caminhava apoiada numa bengala para lhe pedir 20 euros para comprar gasolina.

Perante a recusa, o arguido discutiu com a mãe e, em sequência, “usando a força física, retirou da mão da vítima a bengala e desferiu-lhe pelo menos três pancadas na zona da cabeça e da face, fazendo-a embater com a cabeça no solo”.

Segundo o MP, o agricultor terá, depois, apertado “o pescoço da vítima até a mesma sufocar”, causando-lhe “lesões que determinaram a sua morte”.

Posteriormente, terá colocado o corpo da mulher na mala do carro e acabou por o deixar junto a uma linha de água, no meio de mato e de silvas, “para que não pudesse ser encontrado”.

O MP acredita que o arguido atuou com o propósito “de usar a força física contra a vítima” e de lhe “causar lesões corporais e consequentemente a morte”.

Agiu, de acordo com a acusação, “com intenção de tirar a vida à sua própria mãe, de forma calculista e insensível, com total indiferença pela vida humana”.

Na sessão de hoje, foram ouvidas testemunhas de acusação, como a médica-legista que efetuou a autópsia, o patrão do arguido e militares da GNR que realizaram as primeiras buscas, quando o alerta para o desaparecimento da mulher foi dado por uma sobrinha.

O julgamento prossegue no dia 01 de outubro.

O agricultor está em prisão preventiva, tendo sido detido pela Polícia Judiciária de Vila Real em outubro de 2018, antes de ter sido encontrado o corpo da vítima.



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