A Associação de Agricultores e Pastores do Norte (APT) reclamou hoje ao Ministério da Agricultura o “levantamento urgente” dos estragos causados pela intempérie de dezembro em estufas, no distrito de Vila Real, e apoios “a fundo perdido”.
Contactada pela agência Lusa, fonte da assessoria do Ministério da Agricultura disse que está a ser feito o levantamento dos estragos causados pelo mau tempo na região Norte e que, só depois, serão decididos os apoios a atribuir aos produtores afetados.
A APT disse, em comunicado, que, entre os dias 19 e 22 de dezembro, as depressões Elsa e Fabien deixaram “um rasto de destruição” em estufas dos concelhos de Alijó, Boticas, Chaves, Montalegre, Murça, Sabrosa, Vila Pouca de Aguiar e Vila Real.
A organização associada da Confederação Nacional de Agricultura (CNA)referiu que, "numa primeira avaliação, só em destruição de plásticos e reparação de estruturas, os prejuízos poderão ascender a mais de 220 mil euros”.
De acordo com a APT, os produtores queixaram-se de uma “certa inação inicial dos serviços regionais do Ministério da Agricultura na avaliação global dos prejuízos ‘in loco’, condicionando desta forma a limpeza dos terrenos, a preparação de novas culturas ou a reposição das estruturas danificadas”.
Os agricultores afetados reclamaram, por isso, o “levantamento urgente dos prejuízos” por parte da Direção Regional de Agricultura e Pescas do Norte (DRAPN)" e solicitaram uma reunião com caráter de urgência com a diretora da DRAPN.
Reivindicaram ainda que o Governo, perante esta “situação dramática”, “adote medidas de caráter financeiro a fundo perdido, capazes de minimizar os prejuízos”.
A APT alertou para os estragos causados em “estufas recém instaladas” e “enquadradas em projetos de jovens agricultores que estão na fase inicial de projetos e com encargos financeiros avultados”, considerando que poderá estar “eminentemente comprometida a sua viabilidade económica caso o Governo não venha a apoiar”.
A associação realçou ainda a “apreensão” dos produtores por causa das “inusitadas intempéries a que têm sido fortemente sujeitos” e referiu que o “modelo de seguro agrícola existente não se adequa à tipologia destas produções”.
De acordo com a APT, “os poucos exemplos de seguros outrora efetuados estão em processo de contencioso por falta de entendimento das partes”.