Duas semanas depois do encerramento da Maternidade de Mirandela, ainda há falhas na articulação de cuidados na área materno-infantil. Ontem, uma grávida em trabalho de parto foi estabilizada por uma equipa da Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER) de Vila Real, à entrada da cidade de Mirandela, no interior da ambulância que a transportou desde Carrazeda de Ansiães, quando a unidade hospitalar mirandelense estava a menos de dois minutos de distância.
Elisabete Monteiro, de 32 anos, residente em Campelos, no concelho de Carrazeda de Ansiães, contactou os bombeiros voluntários daquela vila, cerca das sete horas, por alegadamente ter entrado em trabalho de parto.
A ambulância deslocou-se ao local e transportou a grávida para o centro de saúde daquela vila, onde o médico de serviço deu indicações para que fosse imediatamente transportada para a maternidade de Vila Real, por opção da parturiente.
O CODU/INEM foi informado do caso e deu instruções ao motorista dos bombeiros que devia seguir o trajecto até Mirandela, ficando estipulado que a VMER de Vila Real iria deslocar-se até à entrada da cidade mirandelense, junto ao pavilhão do Inatel, onde existem vários locais de estacionamento, para ser efectuado o trabalho de estabilização da parturiente.
Perante estas indicações, o motorista saiu do centro de saúde de Carrazeda de Ansiães, cerca 8.15 horas, sem apoio especializado, ao contrário do que está estipulado no protocolo de articulação de cuidados na área materno infantil.
Tal como combinado, cerca das nove horas, a ambulância chegou a Mirandela, junto ao Pavilhão do Inatel, esperando pela equipa da VMER de Vila Real, que chegou alguns minutos depois, para ser feita a estabilização, que demorou cerca de meia hora.
De seguida, a ambulância seguiu viagem até Vila Real, acompanhada pela VMER. Elisabete Monteiro continuou em trabalho de parto pelo menos até ao final da tarde.
Apesar de várias tentativas de obter esclarecimentos junto do INEM e do Hospital de Vila Real, foi impossível qualquer tipo de informação em tempo útil.
Recorde-se que, já no passado dia 12, o INEM terá recusado transportar uma mulher em trabalho de parto, de Mirandela para a Maternidade de Vila Real, por opção da própria parturiente.