O início de ano vitícola na Região Demarcada do Douro (RDD) situa-se entre os seis mais secos desde há 40 anos, uma situação que está a deixar os produtores de vinho cada vez mais apreensivos.

Segundo dados da Associação para o Desenvolvimento da Viticultura Duriense (ADVID), este período de inverno (dezembro, janeiro e fevereiro) foi o mais seco dos últimos 40 anos, com reflexos imediatos nos valores de água acumulada no solo.

Verificou-se menos 52%, em média, de precipitação acumulada, nas estações da rede climática da ADVID, instaladas na Régua, Adorigo, Pinhão, Tua, Vesúvio e Vilariça.

Segundo o Instituto de Meteorologia (IM), a 29 de Fevereiro, grande parte da RDD encontrava-se em situação de seca extrema. As projeções a curto prazo (mensal) do IM indicam uma probabilidade de ocorrência de precipitação inferior ao normal, durante o mês de Março.

Por esta altura, ocorre nas vinhas a fase do novo rebentamento da videira, o abrolhamento. No entanto, de acordo com Fernando Alves, da ADVID, este processo está \"um pouco atrasado\" relativamente ao ano passado, não tanto pelo tempo seco, mas mais por causa do frio que se verificou.

A falta de água poderá provocar um início irregular do abrolhamento. Mas, segundo salientou o responsável, «ainda nada está perdido».

\"Se chover e houver condições para um bom desenvolvimento fenológico, podemos assistir a uma recuperação\", frisou.

A Associação dos Vitivinicultores Independentes do Douro (AVIDOURO) lançou também hoje, em comunicado, um alerta para a seca na RDD.

Embora a vinha tenha estado em repouso vegetativo, a associação deixa, desde já, um aviso para a situação que se vai verificar e que poderá ter \"consequências graves a nível de doenças e pragas\", devido à falta de precipitação e ao \"perigo de geadas negras\".

\"Situações que vão agravar ainda mais a já desgraçada situação que se vive no Douro\", salientou a AVIDOURO.



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