Os pais do bebé que nasceu no serviço de urgência do Hospital Distrital de Mirandela, na passada quarta-feira, vão avançar com uma exposição ao procurador da República, onde dão conta da sua revolta pelo facto de o seu filho ter nascido com uma insuficiência respiratória, devido à falta de condições na unidade para o parto.
A criança teve de ficar na unidade mirandelense, numa incubadora, até ficar estabilizada, enquanto a mãe foi transferida para a maternidade de Vila Real, separada do seu filho.
No entanto, fazem questão de isentar de qualquer responsabilidade os profissionais de saúde do hospital de Mirandela \"Fizeram um excelente trabalho\". Os pais atribuem culpas \"a quem decidiu encerrar a maternidade de Mirandela\", no passado dia 11 de Setembro.
Alexandre Carvalho, o pai, não tem dúvidas de que os problemas de saúde do bebé acontecerem \"porque não houve tempo para mais nada a não ser efectuar o parto numa maca, no corredor da urgência, onde a temperatura não seria a ideal para o nascimento\".
O jovem casal também discorda do procedimento de afastar a mãe, Vera Azevedo, do seu filho, logo após o parto, porque \"ela devia ter o direito de estar junto ao filho até saber da situação em que se encontrava.\" Alexandre conta que a sua mulher \"sofreu bastante com a separação imediatamente a seguir ao parto.\"
Entretanto, Vera Azevedo teve alta hospitalar e os últimos dias são passados em quatro viagens diárias, entre a aldeia de Cachão e o hospital de Mirandela, para amamentar o seu filho, entre as dez e as 19 horas.
A administração do Centro Hospitalar do Nordeste Transmontano explica que o bebé está a ter melhoras significativas, encontra-se estabilizado e só não foi transferido para a maternidade de Vila Real no dia do parto porque não existem na região ambulâncias equipadas para transporte de recém-nascidos.
Recorde-se que o caso aconteceu na passada quarta-feira, cerca das dez horas, quando a mãe, Vera Azevedo, residente no Cachão, deu entrada no serviço de urgência da unidade de saúde e já não houve tempo de ser transferida para uma das maternidade - Bragança ou Vila Real - sendo efectuado o parto por uma enfermeira com especialidade de obstetrícia.