A barragem da Fontelonga, que dá de beber ao concelho de Carrazeda de Ansiães, só tem água para garantir o abastecimento público durante mais um mês e meio. E isto porque muitas das aldeias estão há algum tempo a ser abastecidas a partir de nascentes locais.

Se não chover abundantemente nas próximas semanas, o cenário poderá tornar-se bastante negro, embora a empresa concessionária Águas de Carrazeda já tenha começado a procurar alternativas para evitar uma ruptura no fornecimento.

Nunca a albufeira apresentou um nível tão baixo como o que se regista actualmente. E a tendência é para que o fundo se torne cada vez mais visível. Já está a ser feita, inclusive, bombagem suplementar para a estação de tratamento de águas, onde também chega água proveniente de três furos artesianos abertos no início do Verão. Se assim não fosse há muito o líquido teria chegado ao fim.

\"Apesar de haver limitações, os nossos esforços vão no sentido de que haja sempre água\", frisou o administrador das Águas de Carrazeda, Francisco Morais, pelo que se a seca se prolongar avança-se para a \"abertura de mais furos artesianos\". Para já, a reserva de água \"dá-nos confiança até meados de Novembro\", acrescentou o responsável.

Desperdícios

Entretanto, também foram tomadas medidas para restringir o consumo a partir de fontanários públicos. Por exemplo, numa aldeia em que existiam seis fontanários em funcionamento, apenas um ou dois ficaram a abertos, \"para evitar desperdícios\".

O uso indiscriminado do precioso líquido é que continua imparável os carros continuam a ser lavados à porta de casa, os jardins continuam a ser regados, entre outras situações, e nem todos possuem furos artesianos privados. Francisco Morais diz que a vigilância tem sido efectuada pelos funcionários da empresa e por alguns da autarquia, mas \"como é impossível ter um fiscal por cada pessoa \"depende da consciência de cada um\". O dirigente admite, apesar de tudo, que graças aos apelos para a poupança efectuados no Verão, foi conseguida \"uma diminuição do consumo absoluto, de Junho a Setembro\".

Francisco Morais garantiu ainda que as alternativas de fornecimento de água que agora estão a ser encontradas, recorrendo a lençóis freáticos, não vão acarretar um acréscimo da factura da água para pelos consumidores.



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