Populares de Cortiço, em Montalegre, associaram-se hoje ao protesto contra a mina de lítio a céu aberto prevista para as proximidades desta aldeia, onde depois de uma tentativa de boicote se fez um apelo à abstenção nas legislativas.

Esta manhã verificou-se uma tentativa de boicote em três mesas de voto das aldeias de Morgade, Cortiço e Arcos, no concelho de Montalegre, distrito de Vila Real.

Em Cortiço, Freguesia de Cervos, os populares resolveram associar-se ao protesto e estão também a fazer um apelo à abstenção.

“Nós já não estávamos contentes e foi uma força extra quando chegamos e não conseguimos abrir a porta, porque alguém se revoltou e trancou a porta de maneira a que nós não pudéssemos entrar”, afirmou Helena Rodrigues.

E continuou: “estamos preocupados desde que ouvimos falar na possibilidade de existir uma mina a céu aberto com as dimensões que estão previstas. Isso vai-nos atingir muito”.

Esta popular destacou as consequências para a água e na qualidade de vida das populações.

“Eu não vivi cá durante muito tempo e optei por vir por cá. Nós somos seres humanos e temos os mesmos direitos”, salientou.

Além da mina, Helena Rodrigues disse que a população está também revoltada com as obras para a rede de água que foram realizadas na aldeia e que “foram mal feitas” e sem “fazerem a rede de saneamento”.

“Informamos as pessoas que têm direito a votar, mas até agora só votou uma pessoa”, referiu, em declarações aos jornalistas cerca das 10:30.

Fernando Abel disse ainda estar a pensar se vai votar hoje, mas sublinhou estar muito preocupado com a “mina de lítio à porta de casa”.

“O Interior é uma parte do país que se pode desenvolver, mas não é com minas de lítio. Vai-nos contaminar a todos, estas aldeias aqui vão ser todas contaminadas. Agora trabalhamos na agricultura e depois vamos trabalhar em quê”, questionou.

Na mesa de voto de Cortiço estão inscritos 137 eleitores.

Foto: António Pereira



PARTILHAR:

Em Morgade, Montalegre, votaram sete pessoas em dia de protesto

Morgade (Montalegre) repete "voto de protesto" contra a mina