A EDP confirmou hoje o abate «indevido» de árvores no Parque Natural de Montesinho, em Bragança, que atribui a uma empresa a quem sub-contratou a limpeza florestal junto a uma linha de média tensão.
O gabinete de Comunicação e Imagem da eléctrica nacional informou a Lusa que a prestadora do serviço «vai ser responsabilizada», mas será a EDP a primeira a responder pelo sucedido com um processo de contra-ordenação.
Por se tratar de uma área protegida e de espécies portegidas como são o carvalho e a azinheira, o corte destas árvores é ilegal sem as devidas autorizações, pelo que será desencadeado um processo de contra-ordenação contra a promotora dos trabalhos, que é a EDP.
«Resta responsabilizar o prestador de serviços», acrescenta o Gabinete de Comunicação e Imagem da empresa.
Segundo explicou à Lusa, o trabalho em causa estava a ser realizado no âmbito da lei que obriga à limpeza periódica das zonas arborizadas junto das linhas de alta tensão, abrindo uma faixa de gestão dos chamados combustíveis, para prevenção de incêndios florestais.
A fonte disse que a EDP- Distribuição contrata terceiros prestadores de serviços para a realização destes trabalhos e foi o que aconteceu na linha de média tensão próxima da aldeia de Terroso, no concelho de Bragança.
Este prestador de serviços em concreto «desrespeitou o caderno de encargos e as indicações que lhe foram dadas e fez cortes indevidamente de algumas árvores».
A EDP garante que logo que tomou conhecimento do sucedido, «suspendeu de imediato os trabalhos que ainda se encontram suspensos».
O Gabinete de Comunicação e Imagem da EDP não soube precisar qual a extensão da zona afectada pelos cortes, que provocaram a «indignação» da população e da junta de freguesia de Terroso, com o presidente da junta, Helder Martins, a considerar o corte «um exagero».
Fonte do Instituto de Conservação da Natureza e Biodiversidade (ICNB) disse à Lusa que a faixa de 15 metros em torno dos postes de alta tensão onde se procedeu a limpeza é a que «está prevista na lei».
O que terá acontecido neste caso terá sido «o corte raso de árvores sem necessidade de tal».
De acordo com a fonte, os trabalhos em causa estenderam-se por «cerca de dois quilómetros e os cortes não são contínuos».