Fundada em 1989, a associação da Casa do Professor de Bragança (CPB) tem-se destacado pelo seu envolvimento em vários projectos de intervenção cultural, formação profissional, desporto e na organização e/ou apoio de eventos desta natureza. Contando com mais de 700 associados, esta entidade é hoje uma das maiores associações do distrito.

Desde 1995 que a colectividade está sediada no edifício da ex-Escola do Magistério, cedido pelo Instituto Politécnico de Bragança (que na altura era responsável pela sua gestão), onde tem vindo a desenvolver actividades vocacionadas para a cultura, lazer e ocupação dos tempos livres dos professores. Este edifício é também o palco de ensaios do grupo de Teatro de Estudantes de Bragança e do grupo etnográfico da associação, espaço de ateliês de pintura e exposições e onde se reúnem os conselhos de docentes do distrito. No entanto, devido à pretensão da Direcção Geral do Património(DGP) de vender o edifício em hasta pública, a associação da CPB corre o risco de ter que abandonar as actuais instalações.

Este processo tem vindo a arrastar-se há já algum tempo. Em 1998, a DGP colocou algumas questões acerca da utilização do espaço, mas este ano tomou como definitiva a decisão de vender o edifício. Desde então tem ocorrido uma \"constante\" troca de correspondência entre a CPB e a DGP, com o intuito de encontrar uma solução \"consensual\" quanto ao usufruto da referida casa.

Segundo o presidente da CPB, Carlos Sequeira, esta associação já propÎs à DGP a celebração de um acordo de cessão a titulo precário, por um período de cerca de 50 anos, no qual se responsabiliza pela manutenção e preservação da casa. No entanto, \"inesperadamente\", a DGP remeteu alguns ofícios \"manifestando a necessidade de abandono do imóvel o mais rapidamente possível\".

A compra da casa poderia ser uma solução, mas o elevado valor do edifício (105 mil contos) revela-se um verdadeiro entrave. E, \"para além deste investimento, ainda seria necessário gastar mais de 80 mil contos em obras de remodelação. Teríamos que recorrer a apoios financeiros e estamos conscientes que a Câmara Municipal não tem dinheiro para nos ajudar\", afirmou Carlos Sequeira ao Semanário TRANSMONTANO. O responsável acrescentou que a CPB tem estado em \"contacto\" com a DGP \"sem entrar em conflitos\" e \"mantendo a cordialidade\", de modo a poder continuar a usufruir do espaço até que se resolva a situação.

O presidente desta associação sublinhou ainda que a DGP tem manifestado \"respeito\" para com a CPB, mas lamentou que \"embora reconheçam o carácter utilitário da casa, não quiseram ceder a obra\". Quanto ao futuro do edifício da ex-Escola do Magistério, Carlos Sequeira afirmou que não está muito \"confiante\" que a decisão da DGP seja favorável à CPB.

Edifício em degradação

Apesar de ter sido alvo de várias obras de arranjo e remodelação, o edifício sede da CPB continua a apresentar indícios de degradação. Desde que ocupa o imóvel, a direcção desta associação - dispondo de apoios da Câmara Municipal e do Governo Civil de Bragança - já realizou obras relativas à recuperação faseada do edifício, para, desta forma, \"evitar a sua avançada degradação\". A recuperação total do telhado (devido ao problema das infiltrações pluviais), a pintura da fachada principal e a reparação de alguns tectos e pavimentos foram alguns dos trabalhos concretizados.

\"Só para compor um tecto que caiu gastaram-se 600 contos. Se nós não estivéssemos a ocupar o espaço, o edifício já tinha ruído\", afirmou o presidente da CPB.

No entanto, os problemas continuam a persistir. O telhado recuperado há cinco anos está de novo degradado, as inundações nas caves são um verdadeiro problema e a caldeira de aquecimento não funciona porque \"verte água por todo o lado\".



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