As aulas de alfabetização que a Santa Casa da Misericórdia de Bragança proporciona aos seus utentes é uma das actividades mais bem sucedidas e a que os idosos mais aderem.
A média de idade dos idosos ultrapassa os 70 anos, o que faz das aulas sessões especiais, pois é diferente ensinar jovens e septuagenários, apesar de a curiosidade ser idêntica.
Alguns dos estudantes não conheciam sequer as letras do alfabeto. Agora, já conseguem escrever e ler as cartas dos seus familiares e amigos. Esta actividade, que se realiza pelo segundo ano, conta com a colaboração de duas professoras e entre nove e 15 alunos.
PÎr os idosos a mexer e levá-los a participar nas actividades de animação é um dos maiores desafios que enfrenta a direcção da Santa Casa da Misericórdia de Bragança.
A instituição oferece um programa de lazer diversificado: artes plásticas, ginástica, dança, música, passeios acompanhados pela cidade, intercâmbio com idosos de instituições similares espanholas (Zamora e La Bañesa).
Em breve deverá ser celebrado um protocolo com a Câmara Municipal no sentido de os idosos poderem frequentar as piscinas municipais. Apesar do leque variado da oferta, a resistência dos utentes é grande, o que exige um grande esforço na criação de motivação.
"Trata-se de idosos, na sua maioria provenientes do mundo rural, que já trabalharam muito, tiveram uma vida dura e que agora só querem descansar", afirmou o provedor da Santa Casa da Misericórdia de Bragança, Eleutério Alves.
A Direcção não desiste de incentivar os utentes a divertirem-se e o empenho em prol da motivação é já encarado na Instituição Particular de Solidariedade Social como uma exigência para todos os funcionários, que anualmente frequentam duas acções de formação
para apreender a lidar com estas situações.
As oportunidades são criadas e só não frequenta as actividades quem não o deseja.
A Direcção, há cerca de três anos, tentou incentivar a ideia de criar um rancho folclórico, que teve uma adesão muito fraca, e que agora está a ser reabilitado para ver se tem mais sucesso.
"Queremos que as pessoas se reanimem de novo, que adquiram novas energias", disse Eleutério Alves.
Na maioria das vezes, quando se inicia uma nova actividade, os idosos vão aparecendo apenas pela curiosidade de ver o que se passa e, "às vezes, acabam por gostar e ficam".
Sucesso têm os jogos de mesa, como as damas e as cartas, e o cabeleireiro da instituição, onde as senhoras se deslocam frequentemente.



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