O município de Alfândega da Fé tem a decorrer o terceiro concurso, de valor superior a meio milhão de euros, para a obra da Casa do Adro projetada há mais de quatro anos.

O procedimento foi hoje publicado em Diário da República e tem como propósito encontrar uma empresa para dar continuidade à empreitada, iniciada em setembro de 2020, da reabilitação e reconstrução da "Casa Arcebispo D. José de Moura", conhecida localmente como Casa do Adro.

O valor, segundo a publicação, é de 541.500 euros, com um prazo de seis meses para concluir a obra que faz parte do Plano para a Reabilitação Urbana (PARU) de Alfândega da Fé e vai já no terceiro concurso público, depois de o primeiro, lançado em 2019, ter ficado deserto e o empreiteiro, que ganhou o segundo, em 2020, ter parado a obra.

A Lusa tentou contactar, sem sucesso, o presidente da câmara, Eduardo Tavares, para mais esclarecimentos sobre a empreitada da qual a câmara municipal tomou posse administrativa em 2022 para preparar o novo concurso público.

Do primeiro para o segundo concurso, o valor do projeto aumentou em quase 200 mil euros, fixando-se em 576 mil euros, valor próximo daquele que consta no terceiro concurso agora em curso, com um prazo de 21 dias para apresentação de propostas.

Esta obra, financiada por fundos comunitários, está integrada na última fase da reabilitação urbana de Alfândega da Fé e corresponde à reconstrução da centenária Casa do Arcebispo José de Moura, que nasceu neste concelho do distrito de Bragança, em 1794, e morreu, em Braga, em 1876.

O novo espaço irá reunir peças de arte sacra que estão espalhadas por vários sítios do concelho e também mostrar exemplares da obra do mestre José Rodrigues, natural deste concelho transmontano, que já o homenageou com a atribuição do seu nome a um Centro Cultural.

A Casa do Adro fica situada no largo com o mesmo nome, junto à igreja matriz, e a autarquia destaca a ligação do imóvel à história local.

Foi propriedade de famílias abastadas e importantes do concelho e, por esse motivo, constitui o suporte físico das memórias associadas a figuras notáveis do concelho.

O imóvel teve ao longo dos tempos vários usos, como estação telégrafo-postal da vila de Alfândega da Fé, nos finais do século XIX, e residência do médico-municipal Carlos Augusto de Ataíde Figueiredo Sarmento.

Este edifício assegurou, ainda segundo o município, “ao longo do tempo um papel fulcral na malha urbana desta localidade, conformando o Largo do Adro, local que foi o centro comunitário da vila de Alfândega da Fé”



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