Lançamento do projeto, desenvolvido pelo município, em estreita parceria com o Chef Marco Gomes, pretende tornar Alfândega num dos destinos gastronómicos de excelência de Trás-os-Montes, atraindo, assim, mais visitantes ao concelho.

 

Realizou-se esta terça-feira, dia 22 de janeiro, o lançamento do projeto “Alfândega da Fé à Mesa”. No arranque oficial da iniciativa, a autarquia apresentou perante produtores, empresários da restauração e comunidade local, a estratégia que pretende tornar a vila e o concelho alfandeguense num destino gastronómico de excelência, procurando, assim, atrair um cada vez maior número de visitantes.

Ao que parece, a ideia terá sido testada em 2018, aquando da Festa da Cereja, onde foi apresentada uma imagem uniformizada das tasquinhas com menus a incluírem alguns dos pratos típicos obrigatórios para os restaurantes aderentes. A grande novidade, em relação ao ano transato, é que os menus terão uma opção para vegetarianos, confecionada, obviamente, com produtos locais. Inspirados numa cozinha tipicamente regional, pratos como o cabrito, o borrego, as Sopas das Segadas, os enchidos e os azeites de Alfândega da Fé, entre vários outros, serão obrigatórios nos cardápios dos restaurantes alfandeguenses. O executivo salienta, a este respeito, que algumas das opções terão de ser encomendadas com prévia antecedência, pois não seria viável, de forma alguma, ter todos os pratos disponíveis, a qualquer momento.

Um regulamento elaborado pela autarquia, que contém todas as diretrizes do projeto, foi apresentado durante o lançamento da iniciativa. O objetivo, segundo o executivo, é “definir as regras para a utilização da logomarca “Alfândega da Fé à Mesa”, apostando na qualificação, promoção e divulgação da restauração local”.

De sublinhar, ainda, que os 15 restaurante existentes no concelhos beneficiarão de um incentivo financeiro de mil euros cada, caso adiram à iniciativa, bem como da possibilidade de participarem em eventos organizados pelo município como os fins de semana gastronómicos, que prometem regressar a Alfândega da Fé já no corrente ano. Para além de todo o apoio técnico, grafismo e construção das cartas, cada restaurante terá direito a um vídeo promocional custeado pelo município.   

“Este projeto está no início, é certo, mas começou a ser desenhado há um ano, tendo sido lançado o projeto-piloto, digamos assim, na Festa da Cereja e como nós tínhamos a vontade de, também, trabalhar melhor trabalhar a gastronomia nesse principal evento do concelho, decidimos o ano passado verter o espírito daquilo que é este projeto na organização das Tasquinhas da Festa da Cereja”, começa por declarar, no final, o vice-presidente da autarquia alfandeguense. Na opinião de Eduardo Tavares, que espera que o projeto “esteja no seu auge a partir de inícios de março”, foi feito “um bom trabalho”, houve “uma boa recetividade e recebemos muitos elogios”, admitindo, no entanto, que a experiência adquirida no ano transato com a Festa da Cereja permitiu concluir ao executivo aquilo que pretende incutir neste novo projeto, ao nível da restauração.

 

Cabrito, borrego, Sopas das Segadas, enchidos, azeites e ervas aromáticas são, somente, alguns dos produtos protagonistas de uma iniciativa que pretende unir produtores e restauração em torno de um objetivo comum, elevar a gastronomia, tornando a região mais atrativa para os turistas, enquanto se potencia a economia local.

 

“Mais organização, envolvermos melhor os produtores locais e regionais, trabalharmos melhor a questão da comunicação, da dinamização de atividades e eventos do município, trabalhando em conjunto numa estratégia que englobe o turismo, a área do recreio, do desporto, da paisagem natureza e que tenha como rainha a gastronomia”, revela o vice-presidente, reconhecendo a importância de uma restauração com “uma oferta mais qualificada”.

Muito trabalho pela frente, portanto, que contará com a colaboração e orientação de Marco Gomes. Natural do concelho e eterno defensor das qualidades do mesmo, o reputado Chef acompanhará não só toda a implementação do projeto, verificando o cumprimento de todas as regras de adesão, bem como a sua dinamização, mas será o responsável, também, pela formação e definição da estratégia empresarial junto dos restaurantes.

“O nome Alfândega da Fé à Mesa, por acaso, fui eu que o dei, mas tudo o resto é um grupo de trabalho que vai dando ideias que vamos filtrando e juntando, de forma a criarmos um projeto e energias para que as pessoas acreditem nos seus produtos e no trabalho delas”, adianta o Chef que, ao longo do tempo, tem vindo a desenvolver diversas iniciativas em estreita parceria com a autarquia alfandeguense, nomeadamente, nas áreas da gastronomia e de promoção dos produtos concelhios.  

Nas palavras de Marco Gomes, este projeto servirá, essencialmente, para “as pessoas se conhecerem, para os produtores estarem em contato com os restaurantes, os próprios restaurantes irem atrás do produtor local e poderem negociar diretamente com eles e, ao mesmo tempo, descobrirem produtos que não conhecem”. Trata-se, assegura, “do projeto ideal para que surja uma nova força no concelho”.

No final, ainda no espaço da Biblioteca Municipal, foi feita uma sugestão do mise-en-place para as mesas dos restaurantes aderentes, onde todos os presentes foram convidados a degustar alguns dos produtos que serão incluídos nos menus “Alfândega da Fé à Mesa”.

 

Luís Mascarenhas, proprietário do restaurante “Garfo II”, foi o primeiro a aderir à iniciativa

 

“É uma honra ser o primeiro restaurante aderente e acho muito bem que promovam os produtos porque estas localidades do interior estão muito esquecidas. Muitas vezes, nós temos qualidade, temos as melhores carnes, pois estamos inseridos no Planalto Mirandês, temos bom azeite, a batata, tantos produtos tão bons que as pessoas desconhecem. Portanto, estas iniciativas, além de nos promoverem, dão azo a que nos mostremos e a oportunidade de fazermos o máximo. Recebemos muita gente, sobretudo, turistas, mas temos pratos que são o ex-libris da região, mas que têm de ser pedidos com alguma antecedência como, por exemplo, o cabrito. Mas pedem-nos um pouco de tudo, muita posta, cordeiro, javali, sopas da cegada, depois, temos bom vinho, bom azeite, cogumelos e só trabalhamos com produtos excelentes da região, sendo que esta é uma zona de caça. Algumas pessoas que já nos conhecem, telefonam uns dias antes para encomendarem algum prato e a gente faz. É como eu costumo dizer: só não trabalhamos bem, se não quisermos ou se não soubermos.”

 


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