Alguns laboratórios da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) poderão estar a poluir o ambiente, mandando pelo esgoto produtos químicos perigosos e armazenando outros num local sem segurança. Entre os produtos, destacam-se metais pesados, reagentes químicos, mercúrio, chumbo e arsénio.
Segundo apurámos, as tubagens de alguns laboratórios são, por esse motivo, alvo de obras frequentes, mas o vice-reitor, Carlos Sequeira, argumenta que \"há noutros departamentos que também tiveram de ser substituídos\". Carlos Sequeira diz ser \"especulação\", mas admite que \"não é possível ter um polícia à beira de cada investigador, docente ou aluno, a controlar se deitam ou não materiais dessa natureza pelo esgoto\".
A UTAD não tem, ainda, a sua rede de esgotos ligada à pública, pelo que, através das fossas sépticas, esses componentes poderão estar a infiltrar-se no solo e a poluir rios, ribeiros e lençóis freáticos. Carlos Sequeira diz que \"está a ser feito um esforço de ligação à rede pública e, dentro de dias, será ligado o primeiro emissário\".
Miguel Esteves, da Administração da EMAR-Água e Resíduos de Vila Real, garante que está a ser feito um esforço pela UTAD no sentido de ligar a sua rede à pública, mas lembra que, quando isso acontecer, \"os resíduos que cheguem à municipal têm de ser equiparados a esgotos domésticos\".
Joaquim Silva, no Núcleo de Estudo e Protecção do Ambiente da UTAD, explicou que \"o NEPA tem seguido a situação há muito tempo\". E acrescenta \"Já falámos com os serviços técnicos e a Reitoria sobre o assunto e tem havido um esforço grande para resolver esse problema\".
Relativamente à armazenagem, a UTAD tem protocolos com várias empresas com vista à recolha, reciclagem ou destruição desses produtos. Enquanto não é feita, estão guardados na antiga sala de necrópsias de veterinária. Trata-se de uma barracão isolado, com acesso fácil, dentro do campus universitário. Carlos Sequeira explica que \"é preferível ter os resíduos ali do que debaixo de cada um dos edifícios da universidade\".