A Câmara de Alijó anunciou um projeto de cinco milhões de euros para requalificar o Pinhão, transformar esta vila turística “no centro nevrálgico” do Douro e alavancar mais investimento privado para a região.
Trata-se, segundo afirmou o presidente da autarquia, José Rodrigues Paredes, de um “projeto âncora” para a Região Demarcada do Douro.
A cerimónia de assinatura do contrato de execução relativo à primeira fase da requalificação do núcleo urbano decorreu ao início da noite de terça-feira e representa um investimento de 1,1 milhões de euros.
“É o primeiro passo de uma grande intervenção que temos projetada para a vila do Pinhão, de uma intervenção que está estimada num valor de cerca de cinco milhões de euros”, salientou José Rodrigues Paredes.
Esta vila, localizada na margem direita do rio Douro, é, segundo o autarca, uma das principais portas de entrada no concelho e em toda a região duriense.
“Queremos transformar o Pinhão no centro nevrálgico da região do Douro, uma zona com centralidade e que possa alavancar outros investimentos, designadamente privados e na área da hotelaria”, salientou o autarca.
Para o efeito, o município de Alijó preparou um “plano integrado e sustentável de humanização” do centro histórico da vila, que tem como um ponto central a rua António Manuel Saraiva.
No verão e principalmente na altura de vindimas, época alta para o turismo nesta região, cruzam-se naquela rua do Pinhão muitos autocarros de turistas e veículos de transporte de uvas e mostos, uma situação que cria grandes constrangimentos ao nível rodoviário nesta localidade.
José Rodrigues Paredes especificou que a primeira fase da requalificação vai consistir na criação de espaços pedonais e de lazer e vai também permitir regular “o caos” que se verifica muitas vezes, sobretudo em período de vindimas”.
“Porque pretende acomodar estacionamento para autocarros e viaturas ligeiras. Esta densidade de viaturas ao longo da via será, de certa forma, desviado para essa zona, essa praça grande que vamos construir em terrenos que eram da jurisdição da Infraestruturas de Portugal (IP) e que nos foram concessionados”, sustentou.
A zona a intervencionar localiza-se junto à estação e cais ferroviário. A obra arranca em meados de maio e tem um prazo de execução de 18 meses.
Depois, numa segunda fase, a intervenção custará 1,6 milhões de euros e incidirá na Manuel António Saraiva, ao nível das infraestruturas, passeios e piso.
“O projeto para a segunda fase está concluído e está inclusive apresentado a fundos comunitários […]. Estou esperançado que ainda este ano haverá uma decisão favorável sobre a execução da segunda fase”, frisou.
Posteriormente, será requalificado o cais coberto da Infraestruturas de Portugal (IP) para uma área de restauração, numa verba prevista de meio milhão de euros.
O autarca apontou ainda a requalificação de toda a zona da fluvina por 2,5 milhões de euros e cujo projeto “está a ser desenhado neste momento”.
“Esperamos que o próximo quadro comunitário contemple esta intervenção”, salientou.
As obras eram há muito tempo reclamadas pela população e empresários do Pinhão.
“É um projeto muito importante. Os executivos das juntas têm vindo a lutar por este projeto e agora, finalmente está finalizado”, afirmou Sandra Moutinho, presidente da Junta de Freguesia do Pinhão.
A autarca destacou a resolução de constrangimentos que afetam a vila, a nível de acessibilidade, dos estacionamento para os turista, do saneamento ou do encaminhamento de águas pluviais.
Quando há mau tempo, nomeadamente chuva intensa, verificam-se deslizamentos de terras e enxurradas na vila.
Para mitigar este problema, José Rodrigues Paredes disse que o município preparou “outro projeto a montante” que foi apresentado ao “roteiro” que está a ser elaborado no âmbito da venda das barragens da albufeira do Douro.
“A intervenção incidirá sobre a estrada municipal que liga Pinhão a Casal de Loivos e visa reunir todas as águas que vêm por aí abaixo e direciona-las para o rio Pinhão, evitando assim que elas se abatam sobre a vila”, frisou.
Fotografia: António Pereira