A Câmara de Alijó promoveu hoje uma ação de sensibilização para ajudar a prevenir contágios de covid-19 nos lagares de azeite e na apanha da azeitona, um setor que representa uma importante fonte de rendimento neste território.

A ação realizou-se numa altura que os quatro lagares do concelho do distrito de Vila Real se preparam para entrar em laboração e o objetivo foi mitigar o efeito da pandemia sobre o setor.

“É importante que se tomem todas as medidas para evitar o contágio”, afirmou à agência Lusa o presidente da Câmara de Alijó, José Paredes.

Quando começarem a laboração, os lagares recebem muitos produtores de Alijó, mas também provenientes de outros concelhos vizinhos.

O autarca explicou que a ação de hoje teve como objetivo ajudar na elaboração dos planos de contingência dos lagares e alertar para “o perigo” de “não serem tomadas todas as medidas necessárias”.

José Paredes salientou que o “setor olivícola é importantíssimo para a economia do concelho” e uma “fonte de rendimento para muitas famílias”.

Sérgio Alves, do lagar de azeite Casa do Eirô, em Sanradela, freguesia de Vilar de Maçada, disse à Lusa que a covid-19 é “uma preocupação” que marca a campanha deste ano e destacou a importância da ação de hoje para ajudar a “minimizar os perigos”.

Naquele lagar são transformados em média, por ano, cerca de 400 a 600 toneladas de azeitona.

O responsável explicou que os lagareiros têm uma “janela muito curta para trabalhar anualmente”, de cerca de mês e meio a dois meses, e, por isso, não querem correr o risco de terem de fechar por causa de casos de infeção.

Para prevenir, segundo Sérgio Alves, vai ser limitada a entrada de olivicultores nas instalações, onde estarão a trabalhar três pessoas – uma na zona de extração, outra na linha de receção e uma outra na parte administrativa.

O uso de máscara, distanciamento social e cuidados contínuos de higienização foram outros dos conselhos deixados por Francisco Pavão, da Associação dos Produtores em Proteção Integrada de Trás-os-Montes e Alto Douro (APPITAD).

“Neste setor dificilmente temos equipas espelho e se tivermos algum problema os lagares terão que encerrar. Queremos evitar isso. Há falta de mão-de-obra e mão-de-obra especializada”, referiu o responsável.

Os mesmos cuidados devem estender-se, segundo Francisco Pavão, à apanha da azeitona nos olivais.

O responsável aproveitou para alertar para que se evitem os convívios depois do trabalho e aos fins de semana.

O concelho de Alijó tem 26 casos ativos de infeção pelo novo coronavírus, 114 desde o início da pandemia, e integra o grupo de 121 municípios com risco elevado de transmissão do vírus que, desde quarta-feira, estão sujeitos a medidas mais restritivas.



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