O presidente da Câmara de Alijó disse hoje que o município tem em curso um investimento de 2,8 milhões de euros, apesar do “peso da dívida herdada” e que atualmente ronda os 12 milhões de euros.
José Paredes (PSD) convocou uma conferência de imprensa para hoje para reagir ao Rating Municipal Português (RMP), divulgado terça-feira, que colocou Alijó (distrito de Vila Real) entre os municípios menos sustentáveis do país.
O autarca afirmou que o parâmetro do estudo que mais o preocupa é o da sustentabilidade financeira e referiu que a “avaliação tão penalizadora” do RMP “reflete a operação financeira de substituição de dívida no valor de 11 milhões de euros realizada em 2017, para efeitos exclusivamente de amortização de empréstimos”.
O autarca explicou que, nesse ano, a câmara estava a pagar cerca de “750 mil euros de juros à banca” o que classificou como “verdadeiramente insustentável”.
“Lançamos uma operação financeira que consistiu numa operação de substituição de dívida. Contratualizamos com outra instituição bancária esses empréstimos, com um spread renegociado, muito mais baixo, que nos permitiu uma economia em juros, ao longo do ano, muito significativo”, sustentou.
Em consequência desta operação, em 2018 o município conseguiu “uma economia de juros muito significativa”, pagando “250 mil euros”.
José Paredes lembrou que em 2013, quando o PSD ganhou a câmara e assumiu as funções de vice-presidente, a “dívida conhecida era de 21 milhões de euros".
Entre 2014 e 2017, acrescentou, foram amortizados “oito milhões de euros do passivo” o que classificou como “muito significativo” para um “município que tem um orçamento anual de 12 milhões de euros”.
Referiu que, atualmente, o “passivo conhecido é de 12 milhões de euros”, no entanto, acrescentou que “há 4,2 milhões de euros em contencioso” nos tribunais.
Apesar desta dificuldade, José Paredes frisou que a câmara continua a investir e tem curso, neste momento, “2,8 milhões de euros em obra, uma já em execução e outra que arrancará brevemente”. “É muito significativo”, salientou.
O autarca destacou o Museu Vivo do Azeite, cuja obra arranca este ano, representa um investimento de 500 mil euros e visa a recuperação de uma antiga azenha com prensas tradicionais em Castedo.
O município vai ainda aplicar 500 mil euros na construção uma ecovia que vai ligar Alijó, Favaios e Sanfins do Douro, em execução está o centro para mostra dos produtos locais (600 mil euros) e também a "porta de entrada" no Parque Natural Regional do Vale do Tua, em São Mamede de Ribatua, onde estão a ser investidos 250 mil euros.
Relativamente aos outros parâmetros do estudo, o autarca referiu “que os indicadores parciais do município subiram” e, por fim, salientou que o RMP constitui “um sério aviso ao poder central”.
Por isso, reclamou “políticas arrojadas” que discriminem positivamente o Interior, que “permitam fixar pessoas, dinamizar a economia e atrair investimento”.
O RMP, apresentado pela primeira vez e com o apoio da Ordem dos Economistas, é um modelo integrado de avaliação dos 308 municípios em 25 indicadores ponderados, reunidos em quatro dimensões principais: governação, desenvolvimento económico e social, eficácia nos serviços à população e sustentabilidade financeira.
Lisboa, Porto e Oeiras foram, em termos globais, os municípios mais sustentáveis do país em 2018 e Celorico da Beira, Góis e Alijó os menos sustentáveis.