A direcção da Casa do Douro foi «convidada» a deslocar-se ontem a Lisboa, ao Ministério da Agricultura, para «falar de recursos humanos» afirmou ao DN o presidente da instituição duriense. Manuel António Santos remeteu no entanto para segunda-feira, dia em que a Casa do Douro comemora o seu 75.º aniversário, quaisquer outros comentários e pormenores sobre a matéria.
O gestor adiantou, apenas, que reuniu com elementos da Secretaria Geral do Ministério, encontro que decorreu em \"ambiente muito agradável\", garantiu, e no qual \"não sofri nenhuma intimação nem me foi pedida qualquer resposta\", assegurou.
Sobre a ordem de execução fiscal dada pelo ministro da Agricultura, noticiada ontem pelo Jornal de Negócios e sobre a qual, à Lusa, Manuel António Santos disse \"não ter conhecimento oficial\", ao DN limitou-se a afirmar tratar-se de \"um chorrilho de imprecisões que não podem ser comentadas enquanto se conduz e sem documentos de suporte para comprovar o que se diz\". Razão porque, mais uma vez, remeteu os comentários para a conferência de imprensa que agendou para o final da manhã de segunda-feira. \"Teremos oportunidade de provar que há uma série de conceitos repetidos e pouco consentâneos com a realidade\", diz Manuel António Santos.
De acordo com o Jornal de Negócios, Jaime Silva deu ordem a três institutos, o da Vinha e do Vinho (IVV), dos Vinhos do Douro e Porto (IVDP) e o de Financiamento da Agricultura e Pescas (IFAP) para avançarem com processos de execução fiscal à Casa do Douro, por dívidas que ultrapassam 3,3 milhões de euros. Isto depois da tutela ter pedido à direcção da instituição duriense que apresentasse um plano de amortização das dívidas que fosse capaz de cumprir.
Com a presidência portuguesa da União Europeia na recta final, e realizada que foi com sucesso no Douro a Cimeira dos ministros da Agricultura, Jaime Silva quer agora resolver este dossier. De acordo com o mesmo jornal, a estratégia passa por cortar os apoios, nomeadamente deixando de suportar o pagamento dos salários aos funcionários públicos que trabalham na Casa do Douro. Entretanto, o PCP quer ouvir o ministro, pois considera que esta medida só pode significar \"a liquidação definitiva\" da instituição duriense.