Os eleitos políticos pelo PS no concelho de Chaves ameaçaram demitir-se em bloco, ontem, caso o ministro da Saúde aceite a proposta de desqualificação da urgência médico-cirúrgica do hospital local. A transformação da urgência flaviense em básica consta do relatório final elaborado por uma comissão técnica, no âmbito da requalificação da rede de urgências pedida pelo Governo.

Menos drástica, mas igualmente revoltada com a proposta, Paula Barros, deputada do PS na Assembleia da República, eleita por Vila Real, já anunciou, também, ter pedido uma audiência com o ministro da Saúde, no sentido de o \"sensibilizar\" para a necessidade a manter a actual classificação, tendo em conta a \"realidade específica da região\".

Os socialistas consideram que relatório fez \"tábua rasa\" da realidade da região do Alto Tâmega, onde o hospital de Chaves é referência. Aliás, para amanhã está prevista uma tomada de posição pública de \"oposição frontal\" da Câmara de Chaves (PSD), com a presença de todos os autarcas do Alto Tâmega.

\"O relatório não teve em consideração as dificuldades de acessibilidade intra-concelhias e inter-concelhos\", referiu o presidente da Comissão Política Concelhia do PS de Chaves, Nuno Vaz, lembrando que há aldeias de Montalegre, por exemplo, que ficarão a mais de 100 quilómetros e a duas horas de viagem de uma urgência mais qualificada (em Vila Real). \"Esta proposta é a prova de que a Saúde é apenas para alguns\", referiu Nuno Vaz, acrescentando que o relatório fez \"tábua rasa\" do facto de Chaves ser uma zona de fronteira, ignorando, ainda, os seus índices de sinistralidade. A deputada Paula Barros referiu que o estudo não teve em consideração os \"movimentos de emigrantes\", que fazem aumentar entre 25% a 30% a população residente, em determinados períodos.

\"Perante este cenário, o melhor será talvez fazer a sua liquidação e venda do hospital e a celebração de protocolo de Saúde com a rede de Espanha\", radicalizou Nuno Vaz.



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Cerca de 9 mil euros

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