Ana Gomes decidiu assumir a sua posição em relação ao negócio das seis barragens da EDP no Douro, enviando uma carta à Comissão Europeia a pedir averiguações em relação à venda das barragens, alegando que pode existir "auxílio de Estado ilegal".

“A EDP arrecadou 2,2 mil milhões de euros nesta operação. Quase tanto quanto os 2,7 mil milhões de euros para que a EDP foi alienada em 2011, no âmbito das políticas de austeridade e com a bênção da Troika, à China Three Gorges, empresa estatal controlada pelo Partido Comunista Chinês”, referiu a ex-eurodeputada, na carta enviada à Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e aos comissários europeus.

O “Estado teve que autorizar a transferência da concessão. Ou não autorizar. Estranhamente, o Ministro do Ambiente autorizou a transação e disse que todos os impostos devidos deveriam ser pagos”, acrescentou Ana Gomes, referindo também que “o Estado não defendeu o interesse público ao não exercer o direito de preferência e exigir uma compensação” em relação às alegações do Movimento Cultural Terras de Miranda e as conclusões do Observatório de Economia e Gestão de Fraude.

Ana Gomes reitera que “há razões suficientes para que o escrutínio deste acordo pela Comissão Europeia também seja necessário, por possível esquema fiscal abusivo, auxílio estatal ilegal, corrupção e má gestão de ativos do Estado”

A antiga eurodeputada e ex candidata à Presidência da república defende que “além da vergonhosa borla fiscal e do que cheira a conflito de interesses e corrupção, há auxílio de Estado ilegal no trespasse da concessão das barragens autorizada por Governo entre EDP e ENGIE”.   



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