Os terrenos agrícolas da região sul do Parque Natural do Douro Internacional têm sido alvo das «constantes» investidas de javalis, corsos, esquilos e cabras-montesas. As culturas na maior parte dos casos são destruídas.

Os danos maiores são registados em vinhas, pomares, amendoal, searas e hortas. As populações de Lagoaça e Masouco, ambas no concelho de Freixo de Espada à Cinta, garantem que os javalis e os corsos \" dão cabo de tudo\", sendo por isso preciso tomar medidas para evitar os estragos nas culturas.

\"O milho as vinhas são as culturas preferidas dos javalis, \"os prejuízos são incalculáveis\" já que na maior parte dos casos as culturas são totalmente dizimadas. No amendoal há árvores que secam, já que os corsos roem os troncos e rebentos. O mais grave é que nos locais de culturas por onde passam os javalis, os outros animais como vacas já não comem aquelas plantas devido odor deixado\", afiançou, ao JN, Fernando Pinto, agricultor em Lagoaça.

António Maio, presidente da Associação de Caça e Pesca de Lagoaça, garante que diariamente tem recebido queixas dos agricultores em relação as culturas destruídas e que a associação não tem dinheiros para fazer face aos encargos, dizendo mesmo que a direcção do PNDI não quer assumir as responsabilidades nas indemnizações as que os agricultores têm direito por danos causados.

Maio diz haver muita caça na sua localidade. O aumento de efectivo de corsos e javalis verifica-se devido à desmatação nas localidades limítrofes e aos fogos florestais. A falta de alimento faz com que os animais desçam para as propriedades que ficam no sopé da serra, onde os estragos são maiores. \"Este ano vamos pagar cerca de 2,7 mil euros de indemnizações, o valor só não é mais alto porque há agricultores que pertencem à associativa e abdicam das indemnizações. Há dois anos a esta parte, o PNDI dava um subsidio que ia a até aos sei mil euros, agora nem um cêntimo\", desabafa o dirigente.

Paulo Cabral, director adjunto do Departamento de Gestão das Áreas Classificadas do Norte, já fez saber que o PNDI não tem \"quaisquer responsabilidades nesta matéria\" cabendo à associativa de caça e pesca a gestão da sua área. \"A associativa assumiu uma série de compromissos para minimizar os prejuízos causados, incluído as indemnizações. Mesmo que se verifiquem danos devido à densidade de animais, as associativas têm sempre a oportunidade de organizar montarias para controlar o efectivo de javalis e corsos e até ao momento não nos foi solicitada autorização para essas acções\", assegurou.



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