O presidente da Associação de Olivicultores de Trás-os-Montes e Alto Douro (AOTAD) denunciou a existência de marcas nacionais que vendem azeite lampante - só pode entrar na cadeia alimentar depois de refinado - como sendo extra virgem.

António Branco lançou o aviso com base no estudo do programa de melhoria do azeite, efectuado pela Direcção Regional de Agricultura do Norte e pelo Instituto Superior Agrário (ISA), mas escusou-se a revelar a identidade das marcas que estarão a cometer as infracções. O dirigente associativo aproveitou a visita do ministro da Agricultura para apresentar uma série de projectos integrados para candidatar ao Proder (Programa de Desenvolvimento Rural) e simultaneamente \"denunciar uma situação que tem de ser rapidamente fiscalizada\", diz.

A este propósito, o titular da pasta da agricultura disse, em Mirandela, estar preocupado com esta situação \"de grandes empresas venderem gato por lebre\", admitindo Jaime Silva a intenção \"de falar com a ASAE que é muito eficaz nessa matéria\".

António Branco considera que estes casos só acontecem porque, em Portugal \"não está implementado nenhum sistema de verificação da qualidade do azeite\". O líder da AOTAD entende que as análises laboratoriais são insuficientes \"São indispensáveis painéis de provadores para a realização da análise sensorial e organolética\". Acrescenta.Refira-se que existe apenas um painel de provadores de azeite, em Portugal, sediado no ISA, estando a decorrer a formação de uma nova câmara de provadores, como resultado de um projecto da AOTAD, em parceria com uma empresa espanhola, reconhecida pelo conselho oleícola internacional, e pela Associação de Desenvolvimento Local (DESTEQUE), que deve estar constituída em Julho deste ano.

António Branco diz estar preocupado com a comercialização do azeite de Trás-os-Montes, \"que tem qualidade, mas apenas 25% é embalado, sendo metade vendido a granel\". Segundo dados da Associação de Olivicultores de Trás-os-Montes e Alto Douro, a campanha olivícola registou uma razoável redução da produção, na ordem dos 30% em relação ao ano anterior. Estima-se que a produção regional ultrapassou já os 17 milhões de quilos de azeitona laborada, o que corresponde a mais de 2,5 milhões de litros de azeite produzido, resultando num rendimento médio de 16%.



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