O primeiro-ministro, António Costa, afirmou hoje, em Vila Real, que o Governo está “bem ciente” dos “muitos problemas” que tem para resolver no Serviço Nacional de Saúde (SNS), mas está também determinado em os resolver paulatinamente.
“O Governo está bem ciente dos muitos problemas que temos para resolver, mas também muito determinado para paulatinamente irmos resolvendo os problemas que existem, permitindo que a recuperação económica do país seja também acompanhada de um reforço da capacidade orçamental para investimento em saúde”, referiu o primeiro-ministro.
António Costa falava durante a inauguração da unidade de saúde familiar (USF) Nuno Grande, instalada num edifício recuperado no centro da cidade de Vila Real, uma visita a Trás-os-Montes que se inseriu no roteiro dedicado ao SNS.
O primeiro-ministro disse, durante o seu discurso, que ao longo desta semana pode testemunhar o investimento que tem sido feito nas necessidades múltiplas, como em equipamentos ou instalações.
Deu como exemplo o equipamento de ressonância magnética, recentemente adquirido pelo Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro (CHTMAD), que vai “permitir recuperar para o SNS a capacidade de realizar exames que atualmente estão a ser realizados no setor privado”.
Segundo acrescentou, em Vila Real, a ressonância magnética vai realizar cerca de 5.000 exames por ano que atualmente eram realizados fora, vai permitir realizar mais exames do que aqueles que eram realizados anteriormente, vai permitir, só na especialidade de cardiologia, que menos 200 utentes tenham que se deslocar ao Porto para poderem realizar os exames.
“Ao elevar o grau de diferenciação dos serviços que aqui são prestados, o hospital também fica mais atrativo para fixarmos os recursos humanos”, salientou.
O primeiro-ministro destacou também a USF Nuno Grande, que vai servir cerca de 12.000 utentes e representou um investimento de 790 mil euros.
“Este esforço de investimento é fundamental porque o investimento nos cuidados de saúde primários é a base daquilo que tem que ser o SNS do futuro, para permitir maior acessibilidade, proximidade e, sobretudo, cada vez mais trabalharmos para a promoção e prevenção da saúde de todas e todos os portugueses”, frisou.
Depois de, durante esta semana, “ter testemunhado o que foi feito, o que está a ser feito e o que tem de ser feito”, António Costa disse que é preciso “prosseguir o trabalho”.
“E temos que o prosseguir tendo em conta que, para além dos equipamentos, instalações, o SNS precisa também de mais profissionais e profissionais com melhores condições de trabalho”, salientou.
E continuou: “ao longo desta legislatura, conforme a recuperação económica do país nos tem permitido, foi possível já repor em mais 1.300 milhões de euros a capacidade orçamental de investir no SNS”.
“É com esta determinação que temos que prosseguir, conhecendo os problemas e resolvendo os problemas, passo a passo, mas de uma forma segura para que nunca mais possamos ter que retroceder relativamente aquilo que já foi sendo conquistado”, sublinhou.
Em frente à USF Nuno Grande, um grupo de meia dúzia de enfermeiros esperou a comitiva, empunhando flores brancas e um cartaz onde se podia ler “carreira imposta não”.
Também dezenas de alunos de Vila Real que hoje se juntaram à greve mundial pelo clima tentaram aproximar-se do local onde decorreu a inauguração, e, a alguns metros de distância, cantaram cânticos como “a luta continua, a bila sai à rua” ou “o que nós queremos é justiça climática”.